”Infelizmente, ele não conseguiu voltar”, diz viúva de PM deixado morto em carro
ladeira abaixo no Rio
Corpo do sargento Marco Antônio Matheus Maia foi enterrado no Cemitério Jardim
da Saudade de Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Ele deixa mulher e dois filhos.
Corpo de PM que estava em carro desgovernado é enterrado no Rio: ‘Infelizmente,
ele não conseguiu voltar’, diz viúva
O corpo do Sargento Marco Antônio Matheus Maia foi enterrado na tarde desta
quinta (5) no cemitério Jardim da Saudade de Sulacap, na Zona Oeste do Rio.
O policial militar, que tinha 37 anos e estava na corporação há 13, foi
morto e teve o corpo colocado dentro de um carro desgovernado
na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, Zona Norte da cidade. Ele deixa
mulher e dois filhos.
Na despedida com honras militares e vestindo a camisa do pai, o filho mais velho
ajudou a carregar o caixão, com os amigos do policial.
> “Foi uma covardia. Infelizmente, ele não conseguiu voltar, como muitos
> policiais hoje em dia. Saem, deixam sua família em casa, filho, e não voltam.
> Ele é um orgulho pra mim e pra todo mundo, ele é um exemplo porque deixou o
> legado dele aí, ele tem uma história. Ele é um herói”, lamenta a viúva Larissa
> Mattos.
Bandidos jogam carro desgovernado em ladeira na Zona Norte do Rio
Na segunda (2), quando foi cercado pelos criminosos, Marco tinha saído mais cedo
do trabalho para buscar um exame médico. O flagrante do Globocop, exibido pelo
RJ2, mostrou o carro do PM cercado de bandidos armados.
As imagens mostram que o veículo desceu o morro descontrolado, resvala num muro
e só para depois de bater num carro e numa casa. No vídeo, os criminosos
empurram um homem que parece ser um morador, que tenta ajudar e tirar o corpo do
policial do carro.
A família conta que o sargento Maia era policial militar por vocação. Há quatro
anos, foi baleado em serviço, quando levou um tiro na cabeça durante uma
operação na Vila Aliança,
na Zona Oeste.
Ele enfrentou várias cirurgias e passava por uma longa recuperação. Por isso,
havia a resistência da família, que insistia que o policial abandonasse a
profissão. Marco trabalhava internamente no batalhão, ainda em tratamento, e
queria voltar para as ruas.
“Falava pra ele ‘fica em casa, para de trabalhar, melhor coisa que tem, está
perigoso hoje em dia, sai e não sabe se vai voltar’. Ele já perdeu vários amigos
dessa forma, e eu falei: ‘fica’. Ele tinha o gosto de colocar a farda dele,
defender a sociedade. Ele falava pra mim: ‘o que eu estudei é isso, eu gosto e
não quero parar’”, disse a viúva.
Na época em que foi baleado, Maia apareceu em um vídeo gravado por um morador.
Ele foi carregado por um colega de equipe, o sargento Kelvyton, para fora da
comunidade. O irmão de farda esteve na cerimônia para se despedir.