PM suspeito de estupro falta a reconhecimento em delegacia: Secretário comenta caso chocante

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É algo que chama atenção’, diz secretário após PM suspeito de estuprar mulher em posto policial apresentar atestado e faltar a reconhecimento em delegacia

Segundo o inquérito policial militar, ele alegou que estava com uma dor na coluna após sofrer um acidente de moto. ‘Eu, sendo inocente, compareceria’, afirmou Alessandro Carvalho.

Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial

Um dos policiais suspeitos de estuprar uma mulher num posto da Polícia Militar DE Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, apresentou um atestado médico para não comparecer à Delegacia Judiciária Militar, no quartel do Comando Geral da PM, onde foi realizado um procedimento de reconhecimento presencial com a vítima do suposto crime na terça-feira (14).

Segundo o inquérito policial militar, ao qual o DE teve acesso, ele alegou que estava com uma dor na coluna após sofrer um acidente de moto. Nesta quarta (15), o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, disse que isso “chama atenção”. O caso é investigado pelas polícias Civil e Militar e pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social, que apura as condutas dos servidores.

Ele mandou um advogado que o representava com um atestado médico de afastamento por três dias e alegou que tinha sofrido um acidente de moto. Se não fosse um acidente que me impossibilitasse de comparecer, eu, sendo inocente, eu compareceria e me apresentaria. Já é algo que chama a atenção e que deve ser levado em consideração não só pela presidente do inquérito, mas pelo Ministério Público e pelo juiz que irá julgar a causa, afirmou, em entrevista coletiva.

Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), o policial, que é um sargento, e outros dois militares que estavam de plantão no momento do crime foram afastados das ruas, mas continuam atuando em funções administrativas. Inicialmente, o crime foi registrado na Delegacia da Mulher do Cabo de Santo Agostinho, município onde ocorreu o abuso. No entanto, o inquérito foi transferido para a Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). De acordo com o secretário, a mudança ocorreu porque o investigado é policial militar.

O inquérito está sendo feito pela Polícia Militar de Pernambuco por uma razão legal. Existe uma previsão legal de que um crime cometido por um policial militar em serviço, dentro de uma repartição militar, que foi o caso, o posto do Batalhão da Polícia Rodoviária na PE-60, no Cabo, é um crime militar. Eu ouvi cogitações de que era uma forma de beneficiar ele. De forma nenhuma. […] Nós temos hoje uma pessoa que não honrou a farda que vestiu e cometeu um crime bárbaro, como nós tomamos conhecimento, explicou o secretário.

De acordo com Alessandro, há também uma apuração interna na Corregedoria da SDS e o inquérito militar será encaminhado ainda nesta quarta-feira (15) para a corregedoria. Em seguida, será instaurado um conselho de disciplina para avaliar o aspecto administrativo. A major feminina da Polícia Militar, que está presidindo o inquérito policial militar, deve encaminhar ainda hoje (15) à corregedoria a cópia do inquérito com as peças produzidas. E o corregedor determinará a instauração de um conselho de disciplina, que é o nome do procedimento administrativo, que pode levar a expulsão dele das fileiras da Polícia Militar, e é previsto o afastamento por uma lei estadual, disse.

O secretário disse ainda que após o início do conselho administrativo, o policial poderá ter sua carteira funcional recolhida durante o procedimento. De acordo com Alessandro, foi feita uma perícia para coletar possíveis vestígios de sêmen na roupa usada pelo policial no dia do crime e também no posto do Batalhão da Polícia Rodoviário. No momento ele foi afastado da atividade de rua e foi para o administrativo. Esse afastamento não, ele deixará de poder portar arma de fogo, será recolhido sua carteira funcional e ele não poderá usar a farda da corporação da Polícia Militar de Pernambuco. (…) independente de qualquer prova pericial, a palavra da vítima, ela tem um valor incontestável. Foi uma mulher que sofreu uma violência absurda e que teve a coragem de denunciar e nós estamos dando toda a prioridade para o esclarecimento o mais rápido possível para punir o responsável, falou.

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