PMs de Diadema omitem homem jogado de ponte em relato de tiro em baile funk

Relato de PMs cita tiro em baile funk e omite homem jogado da ponte

Em registro da PM, é mencionado que delegacia teria supostamente se negado em
registrar ocorrência sobre homem ferido com tiro

São Paulo – Policiais militares omitiram em relatórios oficiais que um soldado
do 24º Batalhão de Diadema — região DE Diadema — havia jogado um homem de uma
ponte na noite de segunda-feira (2), no bairro Cidade Ademar, zona sul da capital
paulista.

Os policiais dizem ter perseguido suspeitos, em motos, até chegarem em um baile
funk, cujo fluxo se dispersou com a presença dos PMs. Um homem teria sido ferido
com um tiro. Ao supostamente apresentarem a ocorrência do rapaz baleado no 26º
Distrito Policial (Sacomã), ainda segundo relatado feito pelos policiais
militares, o registro da ocorrência teria sido “dispensado”. A origem do tiro
ainda não foi esclarecida.

Somente após o comando do 3º Batalhão da Polícia Militar (PM) ficar ciente de um vídeo, feito com
celular — no qual um soldado da Ronda com Motocicletas (Rocam) aparece jogando o
homem da ponte — é que o caso foi formalizado e um inquérito instaurado pela
corporação.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi
questionada, mas não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. O
espaço segue aberto.

Nos registros da PM, feitos após a divulgação do vídeo, obtidos pelo DE,
é afirmado que membros da Rocam teriam perseguido suspeitos, entre Diadema e a
zona sul paulistana — até chegarem nas imediações do baile funk.

“Horas depois”, o Centro de Comunicação da PM (Copom) foi informado sobre a
internação de um homem, ferido com um tiro, no Hospital Municipal de Diadema. O
estado de saúde dele é estável — o ferido seria submetido a uma cirurgia. O tiro
transfixou a vítima, entrando pela região dorsal e saindo pelo abdômen.

Após a repercussão, 13 policiais militares foram afastados das ruas, mas seguem
trabalhando em setores administrativos.

Nas imagens que flagraram a conduta dos policiais, é possível ver três deles na
ponte. Um agente levanta uma moto do chão e a encosta na mureta. Um quarto PM
aparece segurando pelas costas um homem vestido com camiseta azul. Em questão de
segundos, o militar levanta o homem pelas pernas e o joga do alto da ponte, sob
a qual passa um córrego.

Até o momento, a vítima da queda não foi identificada.

Os agentes seriam do 24º Batalhão da PM de Diadema, na Grande São Paulo, e
teriam perseguido a moto até a Cidade Ademar. O agente que jogou o homem é das
Rondas Ostensivas com Apoio de Motos (Rocam).

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que “repudia veementemente a conduta ilegal adotada pelos agentes
públicos no vídeo mostrado”.

Segundo a pasta, assim que tomou conhecimento das imagens, a PM instaurou um
Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos e responsabilizar os
policiais — que foram identificados e afastados.

Já o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Sérgio de
Oliveira e Costa, considerou “estarrecedoras” e “absolutamente inadmissíveis” as
imagens que flagraram o policial militar jogando o homem em um córrego do alto
de uma ponte.

“Somente dentro dos limites da lei se faz segurança pública, nunca fora deles”,
disse Paulo Sérgio, por meio de nota.

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Presidente do BC explica estouro da inflação em carta a Haddad: Novidades para 2025

Galípolo explica a Haddad em carta o estouro da inflação em 2024

Em caso de estouro do teto da meta de inflação, presidente do Banco Central (BC) precisa divulgar carta aberta ao ministro da Fazenda

O presidente do Banco Central (BC) [https://www.bcb.gov.br/], Gabriel Galípolo [https://www.DE.com/tag/gabriel-galipolo], divulgou nesta sexta-feira (10/1) carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad [https://www.DE.com/tag/fernando-haddad], explicando o estouro do teto da meta da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O que aconteceu:

A inflação de 2024 fechou o ano em 4,83% — 0,33 ponto percentual acima do teto da meta, que era de 4,5%. O resultado do ano passado registrou a oitava vez que o alvo para o IPCA foi descumprido na história do sistema de metas de inflação, em vigor desde 1999. A meta da inflação para 2024 era de 3% com variação de 1,5 ponto percentual, sendo 1,5% (piso) e 4,5% (teto). Em dezembro, o próprio BC admitiu o descumprimento da meta em 2024. No documento desta sexta, o Banco Central diz que tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja a meta para a inflação estabelecida. A partir de 2025, a meta será contínua. Isso significa que a inflação é apurada mês a mês e não só no fim de cada ano. Com a nova regra, se o IPCA ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses seguidos, a meta será considerada descumprida.

O índice de 2024, de 4,83%, foi divulgado nesta sexta-feira (10/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) era de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — podendo, portanto, ficar entre 1,5% e 4,5%.

A autoridade monetária é responsável pelo controle da inflação, por meio da taxa básica de juros, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.

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A última vez que a inflação ficou fora do intervalo foi em 2022, levando o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, a enviar carta no começo de 2023 para o ministro Fernando Haddad, que também preside o CMN.

Galípolo assumiu a presidência do BC em janeiro de 2025, mas exercia anteriormente a função de diretor de Política Monetária do órgão.

Veja a íntegra da carta aberta enviada por Galípolo a Haddad.

META CONTÍNUA

No ano passado, houve mudança na sistemática da meta de inflação, que passou de ano-calendário para meta contínua, definida com três anos de antecedência. Porém, esse modelo só será efetivamente adotado a partir deste ano de 2025.

De 1999 a 2024, a meta se refere à inflação do ano-calendário. Entre 1999 e 2018, o CMN definia em junho a meta para a inflação de dois anos-calendário à frente e, entre 2019 e 2023, para três anos-calendário à frente.

A partir deste mês de janeiro, visando se adequar às melhores práticas e à experiência internacional, a meta passa a se referir à inflação acumulada em 12 meses, apurada mês a mês, conhecida como “meta contínua”.

Por exemplo, em janeiro de 2025, a inflação acumulada em 12 meses é comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. Em fevereiro, realiza-se o mesmo procedimento, e assim por diante. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo e não fica mais restrita ao mês de dezembro de cada ano.

Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, ocorre o descumprimento da meta. A utilização desse período evita a caracterização de descumprimento em situações de variações temporárias na inflação.

Esse é o caso, por exemplo, de um choque em preços de alimentos que faça com que a inflação fique fora do intervalo de tolerância por apenas alguns meses.

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