PMs de Goiás se apresentam à Força Nacional, em Brasília

Trinta policiais militares de Goiás se apresentaram na manhã desta quarta-feira, 11, às 9h, ao comando da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), em Brasília. O envio do efetivo foi autorizado pelo governador Ronaldo Caiado, imediatamente ao pedido de apoio feito pelo governo federal, e atende à portaria 274, publicada na última segunda-feira, 9, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com objetivo de garantir a ordem pública na capital federal, após a explosão de violência e vandalismo registrada no final de semana, quando manifestantes atacaram as sedes dos Três Poderes.

Conforme o documento, também foi autorizada a mobilização, até o dia 31 de janeiro, das polícias do Ceará, Bahia, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Maranhão e Rio Grande do Sul. As atividades a serem exercidas pela equipe goiana serão definidas a critério do comando da Força Nacional e, por questões de segurança, a Polícia Militar não fará, neste momento, a divulgação de patentes e batalhões dos quais os policiais são oriundos.

Segundo o governador Ronaldo Caiado, que já havia se colocado à disposição do governo federal antes mesmo da publicação da portaria, o Estado vai colaborar com a União pelo tempo que for necessário. “Tem havido uma parceria completa na defesa da democracia. É uma discussão suprapartidária. Quando recebi o telefonema do ministro [Alexandre Padilha, Relações Institucionais] solicitando apoio do Governo de Goiás, imediatamente nossas forças foram colocadas de prontidão”, afirmou o Chefe do Executivo.

Rodovias monitoradas

A Secretaria de Segurança Pública segue monitorando as rodovias que dão acesso ao Distrito Federal, com apoio da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). “Tivemos informação de que poderia haver bloqueio na divisa entre Goiás e Minas Gerais, na cidade de Itumbiara; no trajeto entre as cidades de Anápolis e Brasília; e em um terceiro ponto. Mas até o momento nós não tivemos nenhuma confirmação e está tudo fluindo normalmente. Nós não temos bloqueio em nenhuma rodovia do estado de Goiás e todos os acampamentos foram desativados”, complementou o governador Caiado.

Ônibus apreendidos

Também nesta quarta-feira a Polícia Civil efetuou a apreensão de seis ônibus usados no transporte de passageiros para Brasília no último domingo. Um comboio vai levar os veículos apreendidos, nesta tarde, para o depósito da Receita Federal, em Goiânia. A Polícia Civil vai lavrar os autos de apreensão dos veículos e fará a oitiva dos motoristas e proprietários dos veículos já identificados, seguindo orientação da decisão judicial do Supremo Tribunal Federal (STF).

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp