PMs suspeitos de torturar colega são denunciados pelo Ministério Público; veja detalhes do caso
Ministério pede perda do cargo e indenização. Caso aconteceu em abril de 2024; soldado precisou ser internado em UTI após 8h de agressão.
Soldado conta que sofreu tortura dentro de batalhão da PMDF
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Soldado conta que sofreu tortura dentro de batalhão da PMDF
Os 14 policiais militares suspeitos de terem torturado um colega, dentro do Batalhão de Choque, foram denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal, na quarta-feira (30).
O Ministério Público pede a condenação dos envolvidos, a perda dos cargos públicos e o pagamento de indenização por danos materiais e morais.
O caso aconteceu em 22 de abril de 2024. A vítima, o soldado Danilo Martins, chegou a ser internado em uma UTI após 8h de agressões (veja vídeo acima).
COMO FOI O CASO
Imagem mostra hematomas no corpo do soldado Danilo — Foto: Reprodução
Em 22 de abril de 2024, o soldado Danilo Martins contou que teve gás lacrimogênio e gás de espuma jogados em seu rosto e que foi obrigado a tomar café com sal e pimenta.
Ele ainda foi agredido com pauladas, chutes no joelho, no rosto e no estômago.
“Eles colocaram gás nos meus olhos, depois pediram para eu correr ao redor do batalhão cantando uma música vexatória. E depois disso me colocaram para fazer flexão de punho cerrado no asfalto, me deram pauladas na cabeça, no estômago”, contou Danilo.
Danilo diz que, no hospital, ele foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise – ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.
OBRIGADO A ASSINAR DESISTÊNCIA
Danilo conta que se inscreveu no curso de patrulhamento tático móvel de 2024.
“Eu me apresentei às 8h15, juntamente com o turno, e o coordenador já me retirou do turno e disse que se eu não assinasse o requerimento [de desistência] que já estava preenchido, ele iria me tirar, seja por lesão ou trairagem”, lembra Danilo.
O soldado conta que se recusou assinar a desistência, por várias vezes. E foi quando, segundo ele, o tenente coordenador do curso de patrulhamento tático móvel iniciou as agressões contra ele, junto de outros policiais.
O Ministério Público atribuiu ao comandante da unidade Calebe Teixeira das Neves a iniciativa de provocar as agressões.
14 POLICIAIS PRESOS
Após a divulgação do caso, o Ministério Público cumpriu 14 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão.
Os policiais que tiveram prisão temporária decretada foram:
1. 2º tenente Marco Aurélio Teixeira Feitosa;
2. 2º tenente Gabriel Saraiva Dos Santos;
3. ST Daniel Barboza Sinesio;
4. 1º sargento Wagner Santos Silvares;
5. 2º sargento Fábio De Oliveira Flor;
6. 2º sargento Elder de Oliveira Arruda;
7. 3º sargento Eduardo Luiz Ribeiro Da Silva;
8. 3º sargento Rafael Pereira Miranda;
9. 3º sargento Bruno Almeida da Silva;
10. Cabo Danilo Ferreira Lopes;
11. Soldado Rodrigo Assunção Dias;
12. Soldado Matheus Barros Dos Santos Souza;
13. Soldado Diekson Coelho Peres;
14. Capitão Reniery Santa Rosa Ulbrich.
Em 29 de abril, a Polícia Militar informou que os 14 investigados foram levados para o presídio militar no Complexo Penitenciário da Papuda.
Eles foram soltos em 2 de maio do mesmo ano.




