PMs que mataram homem com câncer nos ossos são denunciados pelo MP-GO

denuncia do MPGO Justiça decreta prisão de acusados de matar homem com câncer nos ossos

Foram denunciados pelo Ministério Publico de Goiás (MP-GO) os policiais militares Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior e Bruno Rafael da Silva pelo homicídio de Chris Wallace da Silva. O rapaz assassinado tinha câncer nos ossos e foi espancado pelos militares, no dia 10 de novembro, por volta das 19h, no residencial Fidélis, em Goiânia.

De acordo com a denuncia, foram usados cassetetes nas agressões, que atingiram o corpo e a cabeça da vítima, ocasionado a morte por traumatismo craniano encefálico grave. O Ministério Publico de Goiás decretou a prisão preventiva dos dois policiais.

Os promotores que assinaram a denuncia informaram que a vítima andava na rua com um amigo, quando foram abordados pelos dois PMs, que solicitaram a documentação pessoal de ambos e, após repreende-los por estarem andando na rua aquela hora da noite, os PMs iniciaram as agressões contra Chris Wallace da Silva, com chutes, tapas e inúmeros golpes com cassetete.

Segundo a denuncia, durante o espancamento o rapaz informou aos policiais que era portador de leucemia e suplicou para que as agressões fossem interrompidas, não sendo ouvido. A agressão só parou quando a vítima  conseguiu se desvencilhar dos policiais e sair correndo. Ao chegar na casa onde mora o Chris teve uma crise convulsiva e a vomitar sangue e foi encaminhado de ambulância para o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), onde permaneceu inconsciente até o dia 16 de novembro, quando veio a óbito.

Denuncia feita contra os policiais

Os dois policiais foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima (artigo 121, parágrafo 2°/ incisos I, II e VI, em delito cometido em concurso de pessoas do Código Penal), os Promotores de Justiça, ao se manifestarem favoravelmente ao decreto de prisão preventiva, alegaram a necessidade da aplicação da lei penal, garantia da ordem pública e convivência da instrução criminal, uma vez que se trata de delito hediondo, cometido com crueldade e de forma violenta e fria.

Além disso, também afirmaram a necessidade de se cuidar da ordem pública e garantir a conveniência da instituição criminal, sobre tudo por se tratar de crime doloso contra a vida, com testemunha ocular que reconheceu os agressores denunciados.

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Jovem baleada por PRF na véspera de Natal tem estado de saúde atualizado

Jovem Baleada por PRF na Véspera de Natal: Estado de Saúde Atualizado

O Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes atualizou o estado de saúde de Juliana Leite Rangel, baleada por um PRF na véspera de natal. Em entrevista ao Globonews, o médico Maurício Mansur, responsável pelos cuidados com a vítima, informou que o caso é “extremamente grave” e que ela está “estável”.

“É importante lembrar que se trata de um caso grave e que, neste momento, não é possível falar sobre sequelas ou qualquer outra consequência. Estamos, na verdade, focados em um tratamento para salvar a vida dela.”, disse o médico.

A jovem está em coma induzido no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital, no Rio de Janeiro. Segundo a equipe médica, o tiro pegou de raspão próximo à orelha esquerda, o que causou lesões no crânio da vítima e grande perda de sangue.

O médico também informou que a família de Juliana solicitou a transferência da paciente para um hospital particular, mas o pedido foi negado por ele devido a riscos à saúde dela.

Entenda o caso

De acordo com relatos, a jovem estava em um veículo quando os agentes da Polícia Rodoviária Federal realizaram a abordagem. A vítima estava indo passar a véspera de natal com a família em Niterói e estava acompanha da mãe, do pai e do irmão mais novo. Além dela, o pai também foi baleado de raspão no dedo.

“Olhei pelo retrovisor, vi o carro da polícia e até dei seta para eles passarem, mas eles não ultrapassaram. Aí começaram a atirar, e falei para os meus filhos deitarem no assoalho do carro. Eu também me abaixei, sem enxergar nada à frente, e fui tentando encostar. O primeiro tiro acertou nela. Quando paramos, pedi para o meu filho descer do carro, então olhei para Juliana: ela estava desacordada, toda ensanguentada, tinha perdido muito sangue. Eles chegaram atirando como se eu fosse um bandido. Foram mais de 30 tiros”, falou o pai da jovem.

Uma investigação foi aberta pelo Ministério Público Federal e o caso foi condenado pelo superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, que relatou que os agentes se aproximaram do veículo após ouvirem tiros e deduziram que vinha do veículo, descobrindo depois que havia cometido um grave erro.

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