A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo determinou o afastamento imediato de 13 policiais militares envolvidos em um incidente chocante, no qual um homem foi jogado de uma ponte na zona sul da capital. O caso ocorreu na madrugada de segunda-feira, 2, para terça-feira, 3, no bairro Vila Clara, na região de Cidade Ademar.
As imagens do incidente, que circulam nas redes sociais, mostram um policial militar jogando o homem do alto da ponte. Segundo relatos, o homem era um motociclista que havia fugido de uma abordagem da Polícia Militar em Diadema, no ABC. Os policiais envolvidos pertencem ao 24º Batalhão de Diadema.
Reações
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, repudiou veementemente a conduta dos policiais e determinou que os agentes cumpram expediente administrativo na Corregedoria da PM até que os fatos sejam apurados. “A missão da Polícia Militar difere em muito desse tipo de atitude. Ações isoladas como essa não podem denegrir a imagem de uma instituição que tem quase 200 anos de bons serviços prestados para nossa população no estado de São Paulo. Não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta de nenhum policial no estado de São Paulo”, afirmou Derrite.
Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se manifestou sobre o caso, destacando que a Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza pelo profissionalismo na hora de proteger as pessoas. “Quem atira pelas costas ou chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, não está à altura de usar essa farda”, disse Freitas, acrescentando que o caso será investigado e rigorosamente punido.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, classificou as imagens como ‘estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis. Ele determinou que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública associe-se ao promotor natural do caso para buscar a punição exemplar dos responsáveis.
O Ouvidor das Polícias de São Paulo, Cláudio Silva, criticou a postura dos policiais, afirmando que eles acreditam na impunidade. “Esse tipo de postura dos policiais demonstra que eles acreditam muito que a impunidade vai perpetuar. Não é a polícia que a gente deseja, que não é a polícia que nos contempla com a segurança que efetivamente a população merece ter”, disse Silva.
Vítima
Uma reportagem do Jornal Nacional ouviu testemunhas, que informou que a polícia estava no local para dispersar um baile funk que aconteceria na rua. A família da vítima informou que, após ser jogado pelos PMs, o jovem caiu de cabeça e machucou o rosto. Ele foi resgatado por moradores de rua que estavam embaixo da ponte, sendo levado ao hospital.
O pai do jovem contou a reportagem que o filho está bem e em casa, e que a família procura por justiça. “Está bem, mas não consegui falar com ele… É inadmissível, não existe isso aí. Eu acho que a polícia está aí para fazer a defesa da população e não fazer o que fez”, afirma Antônio Donizete do Amaral, pai da vítima.
O incidente gerou grande repercussão e está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Ministério Público. A Polícia Militar reiterou seu compromisso com a legalidade e afirmou que não tolerará qualquer desvio de conduta.