PMs são investigados por simularem confronto para matar quatro jovens

PMs são investigados por simularem um confronto para matar quatro jovens

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga oito militares suspeitos de matar quatro jovens e simular uma troca de tiros durante a ação. O crime ocorreu em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, em 2022. Nenhum dos investigados tiveram o nome revelado.

O delegado Adelson Candeo, responsável pela investigação, contou que a versão dos oitos militares é de que o carro em que as vítimas estavam furou um bloqueio policial em alta velocidade na GO-210. Por conta disso, a equipe começou uma perseguição e os jovem dispararam contra eles, mas os agentes reagiram. Os investigados também contaram que socorreram os suspeitos alvejados, os levando para um hospital na região.

No entanto, as investigações realizadas indiciam que o tiroteio nunca aconteceu e que as vítimas chegaram mortas na unidade de saúde. A equipe teria coagido um médico para atestar no relatório que os jovens chegaram vivos.

Outra questão investiga pela polícia é em relação a um vídeo onde o carro das vítimas aparece perto de Rio Verde cerca de uma hora depois do ocorrido. O veículo fez o trajeto pela rodovia e, segundo o delegado, o veículo estava sendo dirigido por um dos militares.

Torturas

As famílias dos jovens, em depoimento, disseram acreditar que eles tenham sido vítimas de torturas. A Polícia Civil chegou a solicitar uma reconstituição do caso, mas os militares se negaram a participar. A Polícia Técnico Científica informou que isso não atrapalha nas negociações.

Caso seja comprovado a simulação dos militares em relação ao confronto, todos eles serão indiciados pelo crime de homicídio.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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