PMs suspeitos de execução em Senador Canedo são afastados

Policiais respondem a inquérito

Os quatro policiais militares envolvidos na morte do auxiliar de produção Tiago Ribeiro Messias, de 31 anos, e de um suposto assaltante, ainda não identificado, no sábado (25), em Senador Canedo, foram afastados do serviço operacional e respondem a um inquérito policial militar (IPM) na Corregedoria da Polícia Militar. A investigação corre paralelamente ao inquérito da Polícia Civil, instaurado no Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia.
 
Os militares Gilmar Alves dos Santos, Paulo Márcio Tavares, Solimon José Martins e Flávio da Penha Gomes teriam forjado a cena onde ocorreram as mortes, o que foi descoberto através de filmagens feitas pela câmera de monitoramento da Prefeitura de Senador Canedo, instalada na Avenida Dom Emanuel, e pela câmera de um posto de combustíveis. Os quatro podem ser indiciados por fraude processual, cuja pena varia de 3 meses a 2 anos de detenção mais multa, além do assassinato das duas vítimas se restar comprovado que não houve troca de tiros na ocasião da morte de ambos. As teses investigadas pelas polícias são confronto, com base no depoimento dos quatro militares e de duplo homicídio. Para a segunda hipótese, segundo a Polícia Civil, serão analisadas as imagens das duas câmeras e ouvidas testemunhas que presenciaram o fato, ocorrido antes do anoitecer de sábado
 
No Registro de Atendimento Integrado (RAI), os militares disseram que a PM foi acionada via 190 pela esposa de Tiago, a dona de casa Rowena Gonçalves, de 32. Ela denunciava que o marido havia sido feito refém do assaltante que levou o carro onde a vítima trabalhava, um gol branco G5. O roubo teria acontecido na Vila Galvão e que a rota de fuga seria em direção ao Centro de Senador Canedo. Os militares afirmaram que ao ver o carro em alta velocidade indo em direção ao shopping da cidade, desceram da viatura e determinaram que o carro parasse na esquina das Avenidas Emanuel e Progresso, mas que teriam sido recebidos a tiros e revidaram.
 
Segundo os relatos dos militares, o sargento Gilmar teria efetuado 12 tiros e o soldado Paulo Márcio outros 7, “reagindo à injusta agressão”. As câmeras não teriam filmado tal confronto. As cenas que foram captadas mostram um corpo na frente do carro, que seria do assaltante não identificado e um militar atirando de dentro para fora do Gol, posicionado entre duas viaturas da PM. Novo vídeo revelou ontem que além de atirar de dentro para fora do carro,  a PM ainda forjou socorro ao auxiliar de produção. Na imagem ele aparece inerte, caído no banco de motorista do carro, de onde é tirado, arrastado pelo chão e colocado na traseira de uma viatura. No RAI, os militares alegaram que a vítima estava viva e que seu óbito foi constatado somente depois de dar entrada em uma unidade de saúde
 
Com o assaltante, os militares disseram ter encontrado uma pistola calibre ponto 40 com numeração raspada, que será periciada no Instituto de Criminalística. O delegado Matheus Noleto, do GIH de Aparecida de Goiânia disse ao DIÁRIO DO ESTADO que a identificação do assaltante será possível através de exame necropapiloscópico. Até o final da tarde de ontem a família do rapaz não havia reclamado o corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Aparecida de Goiânia.
 
Alexandre Braga
 
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Jovem baleada por PRF na véspera de Natal tem estado de saúde atualizado

Jovem Baleada por PRF na Véspera de Natal: Estado de Saúde Atualizado

O Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes atualizou o estado de saúde de Juliana Leite Rangel, baleada por um PRF na véspera de natal. Em entrevista ao Globonews, o médico Maurício Mansur, responsável pelos cuidados com a vítima, informou que o caso é “extremamente grave” e que ela está “estável”.

“É importante lembrar que se trata de um caso grave e que, neste momento, não é possível falar sobre sequelas ou qualquer outra consequência. Estamos, na verdade, focados em um tratamento para salvar a vida dela.”, disse o médico.

A jovem está em coma induzido no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital, no Rio de Janeiro. Segundo a equipe médica, o tiro pegou de raspão próximo à orelha esquerda, o que causou lesões no crânio da vítima e grande perda de sangue.

O médico também informou que a família de Juliana solicitou a transferência da paciente para um hospital particular, mas o pedido foi negado por ele devido a riscos à saúde dela.

Entenda o caso

De acordo com relatos, a jovem estava em um veículo quando os agentes da Polícia Rodoviária Federal realizaram a abordagem. A vítima estava indo passar a véspera de natal com a família em Niterói e estava acompanha da mãe, do pai e do irmão mais novo. Além dela, o pai também foi baleado de raspão no dedo.

“Olhei pelo retrovisor, vi o carro da polícia e até dei seta para eles passarem, mas eles não ultrapassaram. Aí começaram a atirar, e falei para os meus filhos deitarem no assoalho do carro. Eu também me abaixei, sem enxergar nada à frente, e fui tentando encostar. O primeiro tiro acertou nela. Quando paramos, pedi para o meu filho descer do carro, então olhei para Juliana: ela estava desacordada, toda ensanguentada, tinha perdido muito sangue. Eles chegaram atirando como se eu fosse um bandido. Foram mais de 30 tiros”, falou o pai da jovem.

Uma investigação foi aberta pelo Ministério Público Federal e o caso foi condenado pelo superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, que relatou que os agentes se aproximaram do veículo após ouvirem tiros e deduziram que vinha do veículo, descobrindo depois que havia cometido um grave erro.

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