Pneumologista explica como se cuidar para não adoecer no inverno

O inverno começou nesta terça-feira, 21, e vai até 22 de setembro. Em Goiás, além das temperaturas mais baixas, outros dois fatores específicos da região podem abrir portas para doenças respiratórias: umidade baixa e a grande variação de temperaturas em um mesmo dia.

Clima frio e seco altera o funcionamento das vias aéreas, desde o nariz até os pulmões, conforme explica a pneumologista Fernanda Miranda.

“O nariz tem função de filtrar, aquecer e umidificar o ar que respiramos e, dependendo de como está o clima, tem dificuldade de desempenhar esta função. Isto pode agravar sintomas de quem já tem doenças respiratórias crônicas, como rinossinusite, enfisema pulmonar e asma. É também uma época do ano em que se tornam frequentes as viroses respiratórias e doenças infecciosas de modo geral”.

Gripe e bronquiolite, principalmente em crianças, são exemplos de doenças que ganham força no período do inverno. Além disso, em Goiás, uma particularidade aumenta o risco de piora na saúde: a amplitude térmica. “De manhã e à noite faz mais frio, mas no meio do dia fica mais quente e esta variação, às vezes, chega a cerca de 10°C”, detalha a especialista.

Fuja das doenças no inverno

Segundo Miranda, um passo importante para se prevenir de doenças no inverno é estar preparado para as mudanças de temperatura e se agasalhar no início da manhã e à noite, momentos que tendem a ser mais frios. Ingerir bastante líquido ajuda a enfrentar o tempo seco, além de lavar o nariz com soro fisiológico.

“Também é importante evitar banhos muito quentes, apesar do clima mais frio, porque eles ressecam a pele, além de passar hidratante e usar protetor solar. Recorrer ao umidificador de ambiente também é interessante. Outras dicas são: não fumar, ter alimentação saudável para manter a imunidade e vacinar”, ressalta.

Além das vacinas contra gripe e Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza também o imunizante contra pneumonia pneumocócica, bactéria que causa cerca de 60% dos casos da doença. A vacina está disponível para pessoas acima de 50 anos de idade. Ela deve ser tomada duas vezes, com intervalo de seis a 12 meses entre elas.

O uso de máscara, ainda que não seja mais obrigatório na maior parte das cidades, pode ser uma opção válida no inverno. “Se você acordar com sintomas gripais, mas estiver bem disposto e for ter contato com outras pessoas, vale usar a máscara. Além disso, o que observamos nesse período em que uso de máscara foi obrigatório foi que pacientes com doenças respiratórias crônicas tiveram melhora significativa na prevenção às doenças infecciosas.

Sinal de alerta

Se apesar dos cuidados, a pessoa sentir sintomas gripais, algumas orientações ajudam a saber quando o perigo pode ser maior. “Tosse que persiste por mais de duas semanas é um alerta. Sintomas como febre, mal estar, indisposição, perda de apetite também indicam doenças infecciosas e o médico deve ser consultados”, orienta a pneumologista. Pessoas que já têm doenças crônicas respiratórias devem procurar o médico, caso ainda não tenham ido, para se certificar de que estão seguindo o tratamento corretamente.

Segundo a especialista, o Sars-Cov 2, vírus que causa a Covid-19, não demonstrou perder força em climas quentes, nem ganhou impulso no inverno. “Aparentemente, não varia de acordo com a época do ano. Por outro lado, o que pode acontecer é que no inverno as pessoas tendem a ficar mais em ambiente fechado, com menos ventilação, e isso é propagador de doenças virais”, detalha a pneumologista.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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