Polêmica em Pomerode: Estudantes pintam cabelo afro com feijão em atividade escolar

Uma atividade escolar em Pomerode, Santa Catarina, gerou polêmica recentemente ao pedir aos alunos do 2º ano do ensino fundamental que preenchessem o cabelo de uma mulher negra com grãos de feijão. A polêmica se intensificou ainda mais quando um dos alunos optou por utilizar palha de aço, conhecida popularmente como bombril, para representar o cabelo crespo da figura. As atividades, realizadas em alusão ao Dia da Consciência Negra, estavam em exposição no mural da Escola de Educação Básica Municipal Duque de Caxias, mas foram prontamente retiradas após a repercussão nas redes sociais. A Secretaria de Educação municipal confirmou que está apurando o caso.

A tarefa consistia em uma folha de papel com o desenho de uma mulher negra, acompanhada do enunciado que dizia: “Pinte a imagem e recrie o cabelo afro de uma mulher, em alusão ao dia da consciência negra, usando grãos de feijão. Use sua criatividade e capriche”. Os trabalhos dos alunos foram apresentados no mural da escola até segunda-feira (25) e ganharam destaque nas redes sociais, após a família de um estudante publicar fotos e prints de uma conversa questionando a intenção da atividade. A Associação de Educadores Negros de Santa Catarina também se manifestou sobre o caso, ressaltando a importância de abordagens educativas que desconstruam estereótipos ao invés de reforçá-los.

A presidente da Associação de Educadores Negros de Santa Catarina, Maria Aparecida Rita Moreira, levantou questionamentos sobre a relação do cabelo com a disciplina ministrada pela professora responsável pela atividade. Ela ressaltou a importância de promover um ambiente escolar de empoderamento, positividade e esperança, em que a educação seja um espaço de emancipação. A preocupação em desconstruir estereótipos e promover a diversidade é fundamental, especialmente em atividades relacionadas a questões étnico-raciais.

Diante da repercussão negativa do caso, a Secretaria de Educação de Pomerode, em conjunto com a direção da escola, se pronunciou e destacou que está conduzindo uma investigação rigorosa dos fatos. Ações educativas e formativas continuarão sendo intensificadas para reforçar os princípios de igualdade e respeito no ambiente escolar. Além disso, a Secretaria reforçou seu compromisso com a promoção de uma educação que valorize a diversidade, respeite os direitos humanos e combata todas as formas de preconceito e discriminação.

A postura da escola e da Secretaria de Educação municipal em relação ao caso demonstra a importância de promover debates e reflexões sobre questões étnico-raciais no ambiente educacional. Ainda há muito a ser feito para garantir que as práticas educativas sejam inclusivas, respeitosas e promovam a valorização da diversidade. É fundamental que situações como essa sirvam de aprendizado e estimulem ações concretas para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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Sepultadas duas mulheres que comeram bolo envenenado em Torres, RS: investigações em andamento

Sepultados os corpos de duas mulheres que comeram o bolo em Torres, no Rio Grande do Sul. Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, e Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos, foram veladas nesta quarta-feira (25) em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Duas pessoas ainda estão internadas em estado grave em Torres.

Ambas as vítimas faleceram após consumirem um bolo que teria sido o causador das intoxicações. Dezenas de familiares e amigos compareceram ao velório e prestaram suas homenagens no Cemitério São Vicente. A terceira vítima, Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, também será velada no mesmo cemitério nesta quinta-feira.

A preparadora do bolo e um menino de 10 anos continuam internados em Torres, apresentando melhora em seus quadros clínicos. A Polícia Civil está investigando o caso para esclarecer as circunstâncias que levaram ao envenenamento das vítimas. Os corpos foram encaminhados ao Instituto-Geral de Perícias para necropsia e os alimentos consumidos pela família estão passando por análise.

Denise Teixeira Gomes, amiga de Maida Berenice Flores da Silva, lembra com carinho da jovialidade e alegria das vítimas, ressaltando que eram pessoas solidárias e felizes. O incidente chocou a comunidade local e levantou questionamentos sobre a segurança alimentar e a procedência dos alimentos consumidos.

A tragédia mobilizou a atenção da população e das autoridades locais, que pedem por mais esclarecimentos sobre o caso. A fatalidade serve como alerta para a importância da qualidade e procedência dos alimentos consumidos, visando a prevenção de intoxicações e envenenamentos. A comunidade se une em solidariedade aos familiares e amigos das vítimas nesse momento de luto e busca por respostas.

A investigação está em andamento e visa identificar as causas do envenenamento que resultou nas mortes das mulheres. A comoção se espalhou pela região, levando à reflexão sobre a segurança alimentar e a necessidade de se manter padrões adequados na manipulação e preparo dos alimentos. A expectativa é de que o caso seja esclarecido para que medidas preventivas possam ser tomadas e evitar novas tragédias semelhantes.

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