Polêmica: ex-esposa de Bolsonaro nega ter sido ameaçada de morte por ele

Cristina Bolsonaro, diz que o presidenciável é “muito querido” por ela, e que não seria capaz de fazer mal a ela

O vídeo que se refere a ex-esposa do candidato a presidência da república Jair Bolsonaro (PSL), Ana Cristina Valle, divulgado na terça-feira (25), mostra a própria atacando a Folha de São Paulo e negando ter sido ameaçada pelo candidato. Ela se identifica na como Cristina Bolsonaro, e diz que o presidenciável é “muito querido” por ela, e que não seria capaz de fazer mal a ela.

Em relatórios despachados em 2011 da Embaixada do Brasil em Oslo, na Noruega, para a sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, revelam que Ana Cristina disse ter sido ameaçada de morte na época. Os telegramas, como são chamados no jargão diplomático esses textos datados de julho daquele ano, mostram os movimentos do capitão reformado do Exército para conseguir ter acesso à localização da mulher com quem se relacionou por uma década e do filho de ambos, Jair Renan, então com 13 anos. O documento, demonstra os detalhes das conversas entre Ana e representantes do Itamaraty.

De acordo com o memorando, ao ser informada que poderia responder, no âmbito da Convenção de Haia, pelo sequestro internacional de menores, a advogada considerou que o vice-cônsul estava agindo em nome de Bolsonaro. Ana Cristina negou ter feito as acusações ou ter sido informada pelo consulado brasileiro. “Nunca fui ameaçada de morte por ele. Eu não fui contatada pela embaixada na época. O governo da Noruega que ligou para o meu marido, que hoje mora comigo aqui no Brasil. Hoje eu mantenho uma relação boa com Bolsonaro. Toda separação é meio difícil. Existem mágoas, um pouco de brigas, e na minha não foi diferente. Mas hoje em dia estamos muito bem”, afirmou. Ela já vivia na época com o norueguês Jan Raymond Hansen, com quem está até hoje.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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