A Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão em um estúdio do Rio de Janeiro, para procurar músicas inéditas do cantor e compositor Renato Russo. A busca foi provocada por uma denúncia do filho do artista, que acusa o estúdio de ocultar músicas que teriam sido gravadas por seu pai, em seus últimos anos de vida. A queixa do rapaz deu início à Operação Será, que teve a segunda fase iniciada nesta segunda-feira, 26.
Giuliano Manfredini, filho de Renato, é o detentor dos direitos autorais da obra do pai, músico que fez sucesso nos anos 80 como vocalista da banda Legião Urbana, na década de 90, e gravou dois discos solo: The Stonewal Celebration Concert (1994) e Equilíbrio Distante (1995). Ele morreu em 1996, mas deixou algumas músicas gravadas, que foram aproveitadas pela gravadora para lançar o álbum póstumo O Último Solo, em 1997.
Em 2000, foi lançada uma coletânea com sua obra solo e mais duas músicas inéditas: as regravações de A Carta, de Erasmo Carlos, e A Cruz e a Espada, de Paulo Ricardo. Segundo a Polícia Civil, o filho acredita, no entanto, que o pai teria gravado ainda mais músicas. Foi aberta, então, uma investigação para descobrir se o proprietário do estúdio de gravação usado por Renato Russo estaria ocultando tais canções inéditas.
Foram apreendidos computadores, HDs, CDs e um relatório que cita gravações inéditas do poeta, morto em 1996. O material ainda será analisado. A operação é realizada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, e até o momento, ninguém foi indiciado. O nome da operação é uma referência à música “Será”, composta por Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, e lançada no álbum de estreia da banda, em 1985.