A Polícia Civil afastou o diretor de um presídio na zona norte de DE após a apreensão de 23 celulares em celas durante a Operação Video Vocacionis. Essa ação aconteceu um dia antes do afastamento. A Secretaria da Segurança Pública comunicou o afastamento de Guilherme Solano, diretor do presídio em DE. Essa medida foi tomada após a captura dos celulares dentro das celas onde estão presos agentes acusados pelo delator do PCC Vinicius Gritzbach, morto em novembro de 2024.
Segundo a Secretaria, a conduta dos funcionários do presídio será investigada em três inquéritos policiais instaurados. Os investigados e o diretor prestam depoimentos nesta quarta-feira. O Ministério Público de São Paulo informou que na unidade prisional alvo da operação estão detidos agentes suspeitos de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), acusados por Vinícius Gritzbach, como Valmir Pinheiro, conhecido como Bolsonaro, e Valdenir Paulo de Almeida, apelidado de Xixo.
Além dos celulares, foram encontrados R$ 21.672,15 em espécie, 11 smartwatches, 14 carregadores de celular, 26 fones de ouvido, uma pequena quantidade de droga, dólares, euros e um notebook. A Operação Video Vocacionis investiga o uso de celulares por dois policiais civis recolhidos preventivamente na unidade prisional, e também cumpriu mandados de busca e apreensão contra um delegado envolvido no esquema. A SAP, a Controladoria-Geral do Estado, Polícia Científica e Guarda Civil Metropolitana (GCM) participaram da operação.
Valmir Pinheiro, conhecido como Bolsonaro, e Valdenir Paulo de Almeida, apelidado de Xixo, são suspeitos de ligação com o PCC. Eles são acusados de receber propina para arquivar investigações sobre tráfico de drogas e estão presos preventivamente desde setembro passado. Os investigadores foram alvo de busca e apreensão em uma Operação Video Vocacionis. As investigações indicam que os policiais usavam celulares dentro do presídio para se comunicar com comparsas por videochamadas e pressioná-los a omitir informações em depoimento.
Os policiais foram indiciados por crimes contra a administração pública, usura, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. São acusados pelo MPSP de receber R$800 mil do narcotraficante João Carlos Camisa Nova Júnior para livrá-lo de uma investigação sobre envio de toneladas de cocaína para a Europa. A propina resultou no arquivamento de apurações e na interrupção de um inquérito policial realizado pelo Departamento de Narcóticos. O delator do PCC Vinícius Gritzbach teria informado a Bolsonaro e Xixo sobre a localização de 15 casas cofre da facção, onde ficavam escondidos milhões de reais em espécie. Os policiais teriam ido aos locais sem mandado e se apropriado dos valores.