Polícia Civil cumpre mandado de prisão contra detento que aplicava golpes online

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Rio Verde, cumpriu mandado de prisão preventiva contra um detento da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Jataí por extorquir vítimas que compartilharam fotos íntimas. O detento agia por meio de perfis falsos em redes sociais, se passando por mulheres. Ele enviava fotos sensuais e, posteriormente, solicitava uma foto íntima, que comprometia a imagem da vítima.

Logo após, o investigado contatava a vítima, se passando por mãe ou pai da falsa menina (que alegava ser menor de idade) e exigia depósito em dinheiro para não denunciar os fatos. Em alguns casos, o criminoso ameaçava, caso não recebesse o valor solicitado, divulgar as fotos sensuais das vítimas em redes sociais e ainda enviar as imagens para a família do extorquido.

Em uma ocasião o detento chegou, inclusive, a se passar por delegado de polícia. Dessa maneira, ele pedia para a vítima transferir o valor solicitado para não ser preso. Durante o cumprimento de mandado de busca na cela em que o detento se encontra preso, na cidade de Jataí, os policiais apreenderam 11 aparelhos de telefones escondidos em fundos falsos nas paredes e camas da cela. Após análise dos aparelhos apreendidos, os policiais constataram um grande número de vítimas, inclusive de outros estados.

A Polícia Civil também cumpriu mandados de buscas nas casas de familiares do investigado, onde foram apreendidos vários comprovantes de depósitos bancários, oriundos dos golpes. As investigações seguem, agora, para apurar o envolvimento de outras pessoas, o que pode configurar os delitos de associação ou organização criminosa, além de extorsão.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp