Polícia Civil de Goiás cria grupo especializado em casos de racismo e intolerância

Seguindo o exemplo de outras capitais do País, como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, a Polícia Civil de Goiás criou um Grupo Especializado no Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (GEACRI) que deve começar suas atividade em julho. O próximo passo será a criação da delegacia especializada no Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), que depende de Lei Estadual.

O novo grupo de policiais atuará não apenas no âmbito criminal mas também na conscientização da população e resgate da cidade das vítimas de racismo, discriminação e intolerância seja ela por cor, etnia, religião, condição, orientação sexual ou identidade de gênero. Os policiais civis serão treinados e qualificados pela ESPC para a demanda específica dos casos.

O GEACRI será instalado no prédio em anexo à Escola Superior de Polícia Civil. De acordo com o delegado geral Alexandre Lourenço, o local foi escolhido justamente para intensificar o compromisso com da Polícia Civil em promover uma formação com reconhecimento das diferenças. “Sempre me chocou a forma com que o poder público trata as minorias e os comportamentos fora do que se estabelece como padrão. Por isso, tentamos trazer para o âmbito formativo dentro das academias um olhar que pudesse propiciar ao policial a prática da empatia. Todo o policial que queira fazer parte da PCGO precisa entender, desde seu primeiro dia, que a lei não tem grades de filtragem e se aplica genericamente e efetivamente, independente da cor, credo e expressão. Só assim ele estará pronto para atender a sociedade”, ressalta o Delegado Geral da PCGO.

O pedido de implantação do GEACRI foi deferido por Alexandre que é especialista em Direitos Humanos e ensina o tema na Academia da Polícia Civil de Goiás. Para ele, a criação do GEACRI estava passando da hora de acontecer e se constitui como a aplicação mais pura e singela do princípio da igualdade. “Nós, da Polícia Civil, como promotores de Direitos Humanos, não poderíamos fazer diferente. Não podemos mais, por justificativa alguma, negar a nossa incursão nesse processo e a nossa atuação qualificada na repressão aos crimes de ódio”.

O GEARCI é reconhecido com um marco na história da Segurança Pública de Goiás e afirma ao cidadão um caráter justo e promotor da dignidade de toda a população goiana da PCGO. “Essa Unidade Especializada demonstra que nos preocupamos com a maioria e também com todas as minorias. Não estamos preocupados em tratarmos negros e comunidade LGBTQIA+ de forma diferente, pelo contrário, estamos criando essa Unidade é exatamente para que as minorias recebam o mesmo tratamento que a maioria. Não estamos excluindo, estamos incluindo, não queremos um tratamento especial, mas um tratamento igual”, ressaltou o delegado da Polícia Civil de Goiás Joaquim Adorno.

O grupo especializado fortalece também a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2019, que criminaliza a homofobia e a transfobia, determinando que as discriminações fundadas em razão da orientação sexual ou identidade de gênero sejam punidas com a aplicação da Lei do Racismo (7.716/1989). Com o novo grupo, crimes de gênero serão tratados de forma estratégica com mais agilidade e amparo aos envolvidos.

 

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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