A Polícia Civil desarticulou um esquema financeiro responsável por lavar dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho (CV). O esquema era chefiado por Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, um dos líderes da cúpula do grupo criminoso, e por Carlos da Costa Neves, também conhecido como “Gardenal”. Segundo a investigação, valores arrecadados pelo tráfico em comunidades do Rio de Janeiro, São Gonçalo e Minas Gerais eram remetidos para contas bancárias em Pontes e Lacerda, no Mato Grosso, próxima à fronteira com a Bolívia. A Justiça determinou o sequestro de várias propriedades, incluindo duas fazendas, 32 veículos e o bloqueio de R$ 600 milhões.
As propriedades rurais localizadas no Mato Grosso, sendo uma delas com 183 hectares, suspeita-se que eram usadas para operações ilegais do CV. O esquema teria movimentado cerca de R$ 630 milhões em dois anos, parte dos quais foi destinada à compra de drogas, incluindo cocaína, e armas utilizadas pela facção. Valores arrecadados em várias comunidades eram depositados nas contas de um agropecuarista em Pontes e Lacerda, que é considerado um dos principais lavadores de dinheiro do CV. A operação policial resultou em mandados de busca e apreensão que visam desmantelar o grupo criminoso.
O material apreendido na ação será utilizado para avançar na investigação, que conta com apoio de diversas autoridades como a Polícia Civil do Rio de Janeiro, Polícia Civil de Minas Gerais e do Mato Grosso. A investigação teve início há um ano após informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra). O CV é sustentado não apenas pela venda de drogas, mas também pela lavagem de dinheiro, que envolve depósitos em contas por pessoas ligadas ao tráfico, extorsão e serviços ilegais.
Pontes e Lacerda foi escolhida como ponto principal de concentração financeira do CV devido à sua proximidade com a Bolívia. Além desse município, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em outras regiões do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, Silva Jardim (RJ) e Juiz de Fora (MG). A continuação da investigação envolverá análise do material apreendido, que poderá resultar em novos pedidos de prisão relacionados ao esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa.
A operação policial representa um avanço no combate ao crime organizado, desarticulando um esquema financeiro importante para o funcionamento do Comando Vermelho. A atuação conjunta das autoridades permitiu identificar os principais responsáveis pela lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, visando enfraquecer a estrutura criminosa. O desdobramento da investigação pode levar a novas prisões e ações contra integrantes do CV que estejam envolvidos em atividades ilícitas. A sociedade espera que as autoridades continuem intensificando as ações de combate ao crime, garantindo a segurança e o bem-estar da população.




