Polícia Civil do Rio prende Bruna Neiva por lavagem de dinheiro e negociação de armas. Prisão enfraquece Terceiro Comando Puro.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou a prisão de Bruna Neiva Clem Galdino, suspeita de estar envolvida com a lavagem de dinheiro e negociação de armas pelo Terceiro Comando Puro (TCP) no estado. As investigações apontam que ela possuía uma relação próxima com Rafael Carlos da Silva Ferreira, conhecido como Paraíba, um dos líderes da facção criminosa em Minas Gerais. Paraíba, que comanda as atividades do tráfico no Morro da Mineira, no Centro do Rio de Janeiro, e na favela Cabana do Pai Tomás, em MG, foi alvo de uma operação realizada simultaneamente em seis estados.

De acordo com as autoridades, Bruna Neiva era responsável por diversas movimentações financeiras, incluindo pagamentos de cartões de crédito em nome de terceiros usados por Paraíba, além de depósitos e transferências para contas de possíveis fornecedores de drogas e para o financiamento de obras em propriedades associadas ao criminoso. Diante disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 345 milhões da facção em diversas contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e cotas de capital de investigados e empresas ligadas ao esquema criminoso.

A prisão de Bruna Neiva ocorreu no mesmo dia em que a polícia e o Ministério Público de Minas Gerais deflagraram uma operação contra o Terceiro Comando Puro em diversos estados. Segundo as investigações, a suspeita de lavagem de dinheiro e negociação de armas era uma peça-chave nas atividades ilícitas da facção criminosa, auxiliando em operações financeiras e no fornecimento de recursos para a organização criminosa.

As autoridades destacaram a importância da prisão de Bruna Neiva para enfraquecer as atividades do TCP, visto que a suspeita desempenhava um papel relevante nas transações financeiras e na logística do grupo. A investigação apontou que a conexão entre Bruna e Paraíba era significativa, possibilitando a coleta de provas que corroboram a participação da suspeita nas atividades ilícitas da facção.

Em meio às operações policiais e judiciais contra a organização criminosa, a prisão de Bruna Neiva representa um avanço significativo no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado. A atuação conjunta das autoridades de diferentes estados evidencia a importância da cooperação entre as forças de segurança para desmantelar esquemas criminosos complexos e impedir a propagação de atividades ilícitas em território nacional. A prisão da suspeita reforça o compromisso das instituições em combater a lavagem de dinheiro e o tráfico de armas, contribuindo para a segurança e a ordem pública.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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