Última atualização 21/04/2022 | 15:18
Quatro vereadores de Goiânia são indiciados pela Polícia Civil (PC) pelo crime de racismo. Os parlamentares são Cabo Senna (Patriota), Sargento Novandir (Republicanos), Gabriela Rodart (DC) e Thialu Guiotti (Avante). Todos eles eram investigados por falas homofóbicas, ditas no plenário da Câmara Municipal sobre o Dia do Orgulho Gay, em junho de 2021.
Os crimes de homofobia e transfobia foram enquadrados como racismo, numa decisão de 2020 do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o discurso, os vereadores comentavam sobre uma propaganda de uma rede de fast food sobre o Dia do Orgulho LGBTQI+. Diante dos fatos, o delegado Joaquim Adorno concluiu que os discursos foram preconceituosos e discriminatórios.
Entre as falas destacadas estão:
Thialu Guiotti: “Normal é homem com mulher. Agora não quero mais, quero me relacionar só com homem. Faça o que quiser do seu órgão sexual.
Sargento Novandir: “‘Ser homem ou mulher impede de ter mais direitos do que o gay ou a lésbica? Que absurdo é esse? Eu me compadeço muito com as pessoas que sofrem violência, mas de maneira nenhuma podemos entender que o LGBT, a pessoa de cor escura, tem que ter mais direitos que uma pessoa comum”.
Gabriela Rodart: “Essa ativista que fala é um homem, que se autodenomina Amanda Palha. Não podemos ser pautados aqui por uma agenda deplorável, que vai contra a natureza humana”.
Cabo Senna: “Deus criou o homem e a mulher, não criou um triângulo, para quando no futuro a criança vai decidir”.
O inquérito foi enviado ao Judiciário em fevereiro, no entanto apenas nesta semana o conteúdo foi divulgado. Ainda de acordo com o texto, a vereadora Gabriela Rodart é a única investigada que mantém declarações de cunho preconceituoso ou homofóbico nas redes sociais.
Resposta
Ao ser procurada pelo G1, a vereadora reforçou que segue não concordando com a campanha e que tem a obrigação de se posicionar e que é preciso debater ideias e opiniões de forma respeitosa.
Já a assessoria do Thialu Guiotti disse por meio de nota que não houve crime de discriminação racial ou de qualquer natuzera. Mas ressaltou que o parlamentar permanece contra a utilização de crianças em comerciais para defender bandeiras ideológicas. E afirma que o discurso fazia referência ao uso indevido de crianças para debater temas sobre sexualidade. E completa: “O vereador não fugirá do propósito de defender a família tradicional tendo a Bíblia como manual de fé e seguindo em defesa das crianças, sempre respeitando as diferenças e escolhas pessoais”, diz a nota.
A assessoria do Cabo Senna disse que vai se manifestar quando for notificada. Já o Sargento Novandir ainda não respondeu até a publicação dessa reportagem.