Polícia Civil indicia suspeito de vendar vagas em cemitério de Itumbiara

A Polícia Civil de Goiás, por meio da 2ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Itumbiara, concluiu inquérito policial e indiciou um administrador dos cemitérios de Itumbiara pelo crime de corrupção passiva.  O procedimento foi instaurado após o recebimento de denúncias de moradores que reclamavam do mau cheiro no “Cemitério Velho ” e contou, desde o início, com a colaboração da Secretaria da Ação Urbana do Município.

Ao iniciar as investigações, a primeira hipótese dava conta de provável crime de violação de sepultura. Contudo, os policiais civis descobriram que o administrador do cemitério cobrou valores de familiares de uma pessoa que havia sido sepultada no “cemitério novo”, para transferir os restos mortais poucos dias depois para uma “nova vaga” no Cemitério Velho, vaga que na verdade não existia e foi criada, apertada, entre outras sepulturas.

Segundo as investigações, a transferência de local ocorreu depois da criação de novo jazigo no cemitério antigo. A vaga teria custado aos familiares do falecido R$ 4 mil, montante que foi transferido diretamente para a conta bancária pessoal do funcionário público administrador dos cemitérios.

Com o fim das investigações, o inquérito segue agora para o Poder Judiciário para apreciação, devendo ainda cópia ser remetida à Prefeitura Municipal de Itumbiara para conhecimento e eventuais providências no âmbito administrativo. A Polícia Civil representará ao Poder Judiciário no sentido de  que o corpo seja exumado e trasladado ao cemitério em que foi originalmente enterrado, visto que a sepultura atual é irregular e foi obtida por meios ilícitos.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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