Polícia Civil investiga morte de jovem grávida em Jacareí: Família denuncia negligência médica no hospital

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Polícia Civil investiga morte de jovem grávida após parto, em Jacareí

A mãe da jovem acionou a polícia para denunciar negligência médica do hospital
em que o caso aconteceu. Hospital classifica caso como anomalia rara e
repentina.

Ágatha Ayme Pagotto Ferreira

A Polícia Civil investiga a morte de uma jovem grávida durante uma cesárea de
urgência em um hospital, em Jacareí. O caso aconteceu na última sexta-feira (21), mas as certidões de óbito foram
registradas nesta terça (25).

De acordo com a família da jovem Ágatha Ayme Pagotto Ferreira, a jovem de 21
anos deu entrada no hospital São Francisco de Assis após sentir dores. O boletim
de ocorrência registrado para o caso narra que, após uma avaliação médica, foi
constatado que o feto já não tinha batimentos cardíacos.

“O médico veio e questionou para fazer a cardiotocografia, porque não estava
tendo sinais, e disse que ia encaminhar para fazer ultrassom. A gente aguardou,
com a Ágatha passando muito mal, muito mal mesmo, pedindo toda hora para fazer
uma cesárea, porque ela não estava aguentando. Não tinha médico para fazer
ultrassom e foi mais uma demora. Aí quando foi fazer o bebê já estava em óbito”,
afirma a mãe de Ágatha, Lucimari Pagotto.

Após a confirmação da morte do feto, Ágatha foi encaminhada para uma cirurgia de
urgência, mas também não resistiu e também morreu.

ANOMALIA RARA E REPENTINA

O Hospital São Francisco de Assis enviou uma nota e
alega que a jovem de 21 anos foi acometida por uma anomalia obstétrica rara e
repentina, conhecida como Descolamento Prévio de Placenta Oculto. Por conta da
gravidade do caso, não foi possível reverter o quadro.

Em um vídeo divulgado pelo hospital, o diretor responsável pela unidade definiu
o caso como uma fatalidade.

“Ela não foi encaminhada para parto normal e, sim, conduzida de imediato para o
centro cirúrgico para realizar a cesárea de urgência. Evoluiu, infelizmente, com
a gravidade do quadro, a um desfecho não favorável. Foi conduzida inclusive à
UTI. Recebeu toda a assistência que foi necessária. Foram colocados todos os
recursos à disposição dela, mas, pela fatalidade do quadro, realmente nós não
conseguimos reverter essa situação”, explicou no vídeo Alberto Rocha Coelho
Sampaio, diretor clínico do Hospital São Francisco.

A Prefeitura de Jacareí também publicou um vídeo, em que a Secretária de Saúde
da cidade, Márcia Santos, afirma que acompanha a situação e que vai se reunir
com o hospital para tratar o assunto.

FAMÍLIA ACUSA NEGLIGÊNCIA

Ainda abalada, Lucimari – a mãe da jovem e avó da criança, que recebeu o nome de
Yuri – diz que as mortes foram causadas por negligência médica.

“Ela já estava com 41 semanas de gestação. Prematura seria até 36 semanas, então
já era um bebê que estava formado. E no hospital os médicos não falaram nada
sobre descolamento de placenta, muito menos sobre hemorragia interna”, afirma.

Ágatha deixa outro filho, que tem dois anos. A família pede justiça.

“Eu não só enterrei minha filha, eu perdi um pedaço de mim. Ainda mais sabendo
que ela estava bem. Tinha uma gestação tranquila e não passou por nenhuma
intercorrência. Meu neto estava vivo quando a gente entrou no Samu, estava se
mexendo. A gente vai recorrer a todos os lugares possíveis para que não tenha
mais Ágathas e Yuris enterrados”, completa Lucimari.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi
registrado como homicídio na delegacia de Jacareí e encaminhado ao 1º DP, que
solicitou exames de IML e realiza diligências para investigar os fatos.

O Hospital São Francisco de Assis lamenta muito a perda da jovem A. A. e vem
esclarecer os fatos ocorridos:(@”%@”, conforme a família replay).

ATESTADO DE ÓBITO

– Paciente A. A. deu entrada no Pronto Atendimento Obstétrico do Hospital São
Francisco de Assis às 19h30 do dia 21/03/2025, trazida pelo SAMU, com queixa de
dor súbita em baixo ventre e, logo na triagem, não foi possível identificar
presença de batimentos cardíacos do feto; foi realizado ultrassom de urgência e
constatado óbito fetal;

– O óbito fetal foi constatado no hospital, portanto, infelizmente, o bebê veio
a óbito antes de chegar na instituição, provavelmente devido às consequências do
descolamento prévio da placenta;

– A paciente não foi encaminhada para indução de parto normal. Do Pronto
Atendimento Obstétrico ela foi direto para o Centro Cirúrgico para realização da
cesárea de urgência, devido às suas condições clínicas desfavoráveis;

– Não houve hemorragia decorrente da cesárea. O fato é que durante a cirurgia
foi constatado grave Descolamento Prévio de Placenta Oculto que provocou um
sangramento volumoso no interior da cavidade da paciente. No procedimento, foi
feita a Histerectomia (retirada do útero) para conter a hemorragia como recurso
para salvar a vida da paciente;

– Paciente foi encaminhada imediatamente à UTI em estado gravíssimo, chegou a
ser entubada, mas não resistiu e veio à óbito.

– Infelizmente, a paciente foi acometida por uma anomalia obstétrica rara e
abrupta (Descolamento Prévio de Placenta Oculto), da qual não foi possível obter
a reversão do quadro.

– A mãe da paciente a acompanhou o tempo todo inclusive no centro cirúrgico

A equipe do Hospital São Francisco de Assis realizou todos os procedimentos
possíveis e necessários para salvar a vida da paciente A. A., e se solidariza
com a família nesse momento de dor e sofrimento diante dessa fatalidade.

Parabéns a todos envolvidos na matéria!

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