Polícia Civil investiga possível fraude na Câmara Municipal de Goianésia

Foto da fachada da Câmara Municipal de Goianésia.

Na última sexta-feira (15), a Polícia Civil cumpriu nove mandados de busca e apreensão durante a Operação Coroa de Flores, em Goianésia. A equipe da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP) fez buscas na Câmara Municipal de Goianésia, em empresas e residências, incluindo a  do vereador que foi presidente da Câmara entre 2015 e 2020.

Além de documentos, foram encontradas seis armas: três na casa deste mesmo vereador e outras três na empresa MS  Locação, ligada a ele. A Polícia não divulgou o nome, mas nesta sexta-feira, Múcio Santana Martins, ex-presidente da Câmara, foi preso porque foram encontradas três armas de fogo em sua residência. 

Imagem: Polícia Civil de Goiás

Denúncia anônima

A Operação foi deflagrada depois de uma denúncia anônima. Segundo o delegado à frente do caso, José Antônio de Podestá, a Câmara Municipal adquiriu sem licitação, entre 2015 e 2020, coroas de flores da funerária Goiapax, que custaram em torno de 150 mil reais ao todo. “A busca e apreensão encontrou documentos que comprovam que, de fato, o vereador é o real proprietário da funerária”, afirma o delegado. Oficialmente, a empresa está no nome  de outros sócios, entre eles o genro do vereador. 

Além de não ter licitação na compra, a Polícia Civil suspeita que as coroas de flores não chegaram à Câmara. “As informações são de que, realmente, a funerária nunca trabalhou com confecção de flores. As buscas revelaram que não tem nenhum local para serem confeccionadas, não tem câmara fria para conservar”, explica o delegado. 

A Operação Coroa de Flores está na fase final e a Polícia Civil vai indiciar o vereador por fraude em licitação, associação criminosa e peculato. Se somadas, as penas máximas podem chegar a 19 anos de prisão. Os sócios da funerária também devem ser indiciados. No total, são quatro pessoas e cinco empresas envolvidas.

Outra empresa suspeita

A Polícia Civil também suspeita de irregularidades na contratação da NETO Construtora, empresa que prestou serviços para a Câmara Municipal por meio de dispensa de licitação. O proprietário da construtora é o genro do ex-presidente da Câmara de Goianésia, oficialmente um dos sócios da funerária Goiapax.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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