Polícia conclui que mãe envenenou gêmeas em Igrejinha: justiça busca respostas

A Polícia Civil concluiu que as mortes das irmãs gêmeas Manuela e Antônia Pereira foram responsabilidade da mãe delas, Gisele Beatriz Dias. As crianças morreram em circunstâncias semelhantes nas manhãs de 7 e 15 de outubro de 2024, em Igrejinha – um intervalo de oito dias. A suspeita da polícia é de que as duas meninas tenham sido envenenadas. O delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari solicitou a prisão preventiva da mulher, medida que foi deferida pelo juiz da 1ª Vara Judicial da Comarca de Igrejinha.

Com quase duas mil páginas, segundo o delegado Caliari, o inquérito foi remetido ao judiciário antes da conclusão de todas as perícias pendentes que estão sendo realizadas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). O prazo da prisão temporária da suspeita já havia sido prorrogado, mas como chegou ao limite legal, foi necessário fazer o encaminhamento do inquérito com o pedido para conversão da prisão em preventiva – que não tem prazo.

A partir do segundo caso do óbito das gêmeas, a polícia começou a suspeitar do comportamento da mãe. Os indícios foram reforçados após um médico relatar que ela tinha “ideias perversas” em relação às filhas enquanto esteve internada para tratamento de depressão. O depoimento do profissional de saúde levou à prisão temporária da mãe. O depoimento da filha mais velha de Gisele também reforçou as suspeitas da polícia.

A polícia suspeita que as meninas tenham sido envenenadas, baseando-se no quadro de hemorragia em ambas. O delegado Cleber Lima acredita que não se tratava de uma infecção, mas sim de uma possível ingestão de substância medicamentosa ou veneno. A exumação do corpo de Manuela foi realizada para retirar material genético da menina.

Michel Persival Pereira, pai das gêmeas, expressou seu sofrimento diante da tragédia. Ele mencionou não estar presente em casa nas duas vezes em que as meninas foram encontradas mortas. Ele falou sobre sua dificuldade em compreender como alguém poderia fazer mal às suas filhas. O histórico de atendimentos no Conselho Tutelar revelou que a mãe havia perdido a guarda das crianças em 2022 e que elas haviam sido retiradas do pai anteriormente.

A tragédia das gêmeas em Igrejinha levanta questionamentos sobre o que realmente aconteceu com as crianças. O caso está em investigação e a mãe está detida sob suspeita de envolvimento nas mortes das filhas. A comunidade local e as autoridades seguem em busca de respostas e justiça para Antonia e Manoela Pereira.

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Ciclone Chido devasta Mayotte, deixando mortos e feridos: ajuda humanitária é essencial

O território francês DE está devastado após a passagem do ciclone Chido, que deixou pelo menos 31 mortos e 1,3 mil feridos, segundo autoridades locais. No entanto, há um alerta de que esse número possa aumentar significativamente, talvez chegando a centenas ou até milhares de vítimas fatais. Renato Torres, um brasileiro residente na ilha de Mayotte nos últimos cinco anos, descreve a situação como “devastadora”, destacando a destruição causada pelo fenômeno climático.

O impacto do ciclone Chido foi intenso, com ventos devastadores atingindo a ilha localizada na costa da África. Renato relata que sua moradia ficou intacta, mas diversos imóveis ao redor foram danificados. Além disso, a falta de energia, água e sinal de internet dificulta a comunicação e a troca de informações entre os habitantes locais. A situação é grave, com a população enfrentando fome e destruição.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil está prestando assistência consular aos brasileiros em Mayotte, acompanhando a situação de perto. Com rajadas de vento superiores a 220 km/h, o ciclone Chido foi o mais intenso a atingir a região em mais de 90 anos, conforme informações do instituto meteorológico francês. A paisagem de Mayotte está drasticamente alterada, e a reconstrução será um desafio para a comunidade local.

Renato destaca a dificuldade de retorno ao Brasil devido à destruição da infraestrutura local, incluindo danos ao aeroporto. A ilha está isolada, sem conexão de balsas e com restrições à chegada de ajuda humanitária. A população enfrenta desafios enormes, e a situação humanitária é preocupante. A chegada de assistência é essencial para garantir a sobrevivência dos habitantes e a reconstrução do território afetado.

Mayotte, situada entre Madagascar e Moçambique, é uma região mais pobre do que o restante da França, enfrentando problemas sociais e violência de gangues. A escassez de água e a deterioração das condições de vida já eram desafios antes da passagem do ciclone Chido. Renato destaca a paradisíaca ilha, mas ressalta as diferenças sociais entre os residentes locais e os imigrantes, que enfrentam condições precárias.

O cenário em Mayotte é de devastação, com necessidade urgente de ajuda humanitária e reconstrução. O governo local confirmou as mortes e feridos causados pelo ciclone, mas a realidade pode ser ainda mais trágica devido às dificuldades de registro das vítimas. A solidariedade internacional é fundamental para apoiar a população de Mayotte neste momento de crise e desastre natural.

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