Polícia cumpre 22 mandados de prisão contra suspeitos de aplicar golpe do novo número

Na manhã desta terça-feira, 30, a Polícia Civil (PC) cumpre 22 mandados de prisão contra suspeitos de participar do golpe do novo número, em Goiânia, Senador Canedo, Bonfinópolis e Goianira. Segundo os investigadores, os envolvidos atuam nos quatro municípios goianos, mas fizeram vítimas em todo o país, inclusive, em São Paulo. Uma delas, teve um prejuízo de R$ 115 mil.

Casa de um dos suspeitos de aplicar o golpe do novo número em Goiânia. (Foto: Divulgação / Polícia Civil )

Na época, segundo a PC, um dos suspeitos fingiu ser o filho de uma idosa através do aplicativo whatsapp, “informando falsamente possuir um novo número”. Para convencer a vítima a realizar as transferências, o criminoso alegou problemas no pagamento de quantias que ultrapassaram o valor de R$ 100 mil, as quais seriam destinadas a uma ‘surpresa’. Acreditando que estava ajudando o filho, a vítima fez cinco transferências. O caso ocorreu em março de 2021.

Ao ter conhecimento de que havia sido enganada, a mulher procurou o Grupo de Repressão a Estelionatos e outras Fraudes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (GREF/DEIC). Após alguns meses de investigação, os policiais prenderam cinco suspeitos.

As apurações continuam e os policiais identificaram outras duas vítimas e 24 pessoas suspeitas. Eles tiveram os mandados de prisão temporária decretados e 22 deles foram cumpridos na manhã desta terça-feira, 30. Durante o cumprimento dos mandados, um dos criminosos foi preso em flagrante por tráfico de drogas.

Droga encontrada na casa de um dos suspeitos de aplicar o golpe do novo número. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)

Como a quadrilha se organizava:

Ao todo, 100 policiais participam da operação denominada como Mirum, que significa surpresa em latim.

Os investigados respondem por diversos estelionatos, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, a pena pode chegar a 18 anos de reclusão, cada um.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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