Polícia desmantela quadrilha que falsificava documentos em Goiânia

Policias civis do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (GREF) cumpriram nesta terça-feira (15), dez mandados de prisão e doze de busca e apreensão contra uma quadrilha especializada em falsificar documentos. Entre os presos está um homem chamado Romero que é apontado como o chefe da organização e o responsável pelas falsificações.

A delegada responsável pelo caso, Mayana Rezende, falou sobre a quadrilha. “Tudo girava em torno da falsificação de documentos. O Romero era quem fazia a falsificação. RG, CNH, diploma, certidão de nascimento, certidão de casamento. Os golpes variam de acordo com a necessidade que as pessoas que procuravam os falsificadores tinham”.

A investigação começou há aproximadamente dois anos. Segundo a delegada, o prejuízo não tem como ser mensurado. Algumas vítimas não possuem o conhecimento que seus dados foram utilizados. Ela ainda afirmou que os criminosos tinham a senha de empresários para consultar nomes no SPC. Também possuíam a senha de um servidor público que tem acesso a um banco de dados.

Mayana disse que os documentos foram encontrados no escritório de Romero “A maior parte estava no escritório onde Romero fazia a falsificação desses documentos e vãos ser submetidos a exames periciais para serem constatados se são verdadeiros ou se são falsos. Aparentemente, alguns são verdadeiros. Algumas CNH’s ele conseguiu apagar os dados usando produtos químicos para outras pessoas utilizarem. A CNH ele vendia por R$ 500,00; o CLV por R$ 400,00; RG por R$ 200,00. Isso quando a contratação era feita com ele. Quando havia um intermediário os valores dobravam”.

Entre os agenciadores estava Thiago César de Souza, conhecido como Topete que morreu na Penitenciária Odenir Guimarães, em fevereiro. “O Thiago Topete foi identificado no transcorrer das investigações como um agenciador do Romero. Ele estava dentro do presídio cumprindo pena, conseguindo clientes, e ganhando dinheiro em cima disso. Inclusive chegava a cobrar mais de R$ 1000,00 por uma CNH”, comentou a delegada.

A quantidade de documentos encontrados surpreendeu a delegada que também afirmou sobre as pessoas que foram presas. “Conseguimos fazer a prisão do Romero e de vários agenciadores dele, inclusive o Guilherme que na época era um dos maiores agenciadores dele em expressividade. Também prendemos alguns clientes que o procuravam.”

De acordo com a investigadora, ainda não é possível dizer se houve a participação de servidores públicos no esquema de falsificação. “A gente não sabe e que ponto esses documentos foram desviados. Então não dá para afirmar que houve um desvio dentro de um órgão público”.

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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