Última atualização 19/12/2023 | 12:52
A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) descobriu uma rede de pistolagem e matadores de aluguel ao investigar o homicídio do pecuarista Valdemar Ferreira Pimenta, de 74 anos, ocorrido no último mês de junho, em São Miguel do Araguaia, município localizado na região norte de Goiás. Para desvendar o crime, a PCGO deflagrou a Operação Déspota, que cumpriu 14 mandados de buscas e seis de prisão nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Goiás.
Entre os investigados está Marcelo Franca Santos, indicado como líder do esquema de pistolagem e cantor aboiador. Ele foi preso em São José de Piranhas (PB), quando se preparava para uma apresentação musical em uma vaquejada.
Os supostos pistoleiros Márcio Morais Fonseca e Fausto Rodrigues de Sousa são indicados como os responsáveis por executar a vítima no final de junho, sendo presos em agosto, respectivamente, em Tuntum e Jatobá, ambos municípios maranhenses. Juntamente com eles, foram apreendidas munições e uma arma de fogo de calibre 38, usada no crime.
A Polícia indica que os dois teriam se hospedado em um hotel em Novo Planalto, em Goiás, e foram para São Miguel do Araguaia para observar a rotina da vítima e definir o local da execução, que foi o trecho percorrido pelo pecuarista para chegar em uma das suas fazendas. Os dois planejaram a rota de fuga após a execução. Eles evitaram cruzamentos e passaram por ruas de baixo tráfego para chegar na GO-164, em direção ao Maranhão.
Outro suspeito é José Henrique Correia de Melo Simplício, conhecido como Zé Henrique, que foi preso no município de Casa Nova (BA). Há ainda um terceiro envolvido que encontra-se foragido, Raimundo Wellington Maia Macedo, conhecido como Galego, morador de Juazeiro do Norte (CE).
De acordo com a PCGO, Raimundo seria o responsável por repassar a demanda homicida aos demais membros do grupo, gerenciar o financiamento e remunerar os envolvidos no crime, além de auxiliar a planejar o homicídio. Ele está foragido.
Motivação do crime
As investigações da Polícia Civil apontam que a motivação do crime de homicídio cometido contra o pecuarista seria a disputa por um pasto situado na Ilha do Bananal, no estado do Tocantins, que passou a ser utilizado pela vítima em meados de abril deste ano.
Com a perda do território, os mandantes encomendaram a morte da vítima ao esquema de pistolagem, liderado por Marcelo Franca, que se encarregou do planejamento e da execução do crime.