Polícia detém grupo por furto de motos da delegacia para manobras radicais em Restinga, SP

Polícia detém adolescentes e adultos por furto de motos da delegacia em Restinga, SP, para manobras radicais

Grupo foi alvo de operação da Polícia Civil nesta sexta-feira (20). Cinco veículos que tinham sido apreendidos foram furtados do prédio no início de dezembro.

A Polícia Civil realizou uma operação e prendeu um grupo que furtou motos na delegacia de Restinga.

Quatro adolescentes foram apreendidos e três adultos foram presos em uma operação da Polícia Civil de Restinga (SP). Segundo informações da polícia, eles são suspeitos de furtar cinco motos da delegacia da cidade.

O crime aconteceu no início de dezembro. De acordo com a polícia, o grupo agiu em duas oportunidades: na primeira, arrombou uma das portas do prédio; no dia seguinte, voltou para furtar os veículos.

Durante as investigações, os policiais conseguiram identificar três adultos e cinco adolescentes que participaram da ação. Nesta sexta-feira, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão e de prisão contra os suspeitos. Apenas um dos menores de idade não foi localizado.

Segundo o delegado Luciano Cintra, o principal objetivo dos crimes era furtar as motos para usá-las em manobras radicais.
“A evidência mais forte que nós temos é de que o objetivo deles era fazer uso, dar ‘rolê’, fazer ‘grau’, praticar manobras na região da fazenda, em estradas de terra e no asfalto.”

Em uma dessas atividades, segundo o delegado, um adolescente acabou morrendo em um acidente.
“Nós temos documentado que um amigo de um desses adolescentes morreu em um acidente com moto na área rural há cerca de seis meses. Ele foi fazer uma manobra empinando, caiu de um barranco e morreu. Isso demonstra o perigo que é a atividade que esses adolescentes estão praticando”, diz o delegado.

As cinco motos foram recuperadas, sendo que duas delas estavam com peças mexidas. Outras cinco motos que pertencem a terceiros foram apreendidas.

Os adultos deverão responder por furto qualificado, associação criminosa e corrupção de menores. Já os adolescentes responderão por ato infracional análogo a furto.

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Diretor do Deic afastado após delação: ‘Injustiçado’ nega ter cobrado propina – Caso envolve corrupção policial e elo com PCC

Diretor do Deic afastado após ser citado em delação sobre corrupção policial e elo com PCC nega ter cobrado propina: ‘injustiçado’

Governo afastou os delegados Fábio Lopes, do Deic, e Murilo Roque, de São Bernardo. Vinicius Gritzbach os citou em denúncia. Empresário foi morto após delação ao MP. Político Antonio Olim, que é delegado, também foi mencionado. Citados negam irregularidade.

O delegado Fábio Pinheiro Lopes, afastado nesta sexta-feira (20) pelo governo estadual da direção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo após ser citado em uma delação ao Ministério Público (MP) sobre corrupção policial e elo de agentes com o Primeiro Comando da Capital (PCC), negou as acusações. Ele afirmou que vai entrar com uma ação por calúnia.

Em entrevista coletiva convocada por ele na Associação de Delegados do Estado de São Paulo (Adpesp), Fábio Caipira, como é conhecido, desmentiu a informação de que tenha cobrado propina de Vinicius Gritzbach para não responsabilizá-lo criminalmente por lavagem de dinheiro.

> “Puto, injustiçado, eu tenho 32 anos de polícia, você pode ver minha carreira”, disse Caipira ao dizer aos jornalistas como estava se sentindo com o afastamento por causa da delação de Gritzbach. “O governador [Tarcísio de Freitas (Republicanos)] tem as razões dele, mas tenho certeza que na hora que tudo se esclarecer, ele vai ver que se antecipou e a gente vai voltar para o lugar da gente”.

Gritzbach denunciou o diretor do Deic e outros delegados antes de ser assassinado a tiros em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O delator era empresário do ramo imobiliário e foi indiciado por lavagem de dinheiro pelo departamento.

Réu nesse crime, Gritzbach aceitou fazer uma delação premiada com o MP para ter a pena reduzida caso fosse condenado pela Justiça.

Em troca, contou que o seu então advogado, Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves, pediu R$ 5 milhões para ajudá-lo, sendo R$ 800 mil em honorários advocatícios.

E o restante, R$ 4,2 milhões seriam como repasse do pagamento de propina a Caipira e mais outros dois delegados: Murilo Fonseca Roque, atualmente lotado numa delegacia de São Bernardo do Campo, e Antonio Olim, que já era deputado estadual pelo PP à época.

O empresário falou ainda que pagou parte desse valor em dinheiro e que outro montante foi pago por meio de uma transferência bancária de R$ 300 mil em 2022. Ele também contou que deu dois apartamentos e cheques para quitar o acordo.

Escrituras dos imóveis mostram que eles foram vendidos para o advogado e uma parente dele.

Mas essa versão apresentada por Gritzbach não se sustenta, segundo Caipira. Segundo o diretor afastado do Deic, foi Olim quem ligou para ele pedindo que conversasse com Ramsés sobre o caso de seu cliente. Mas que o deputado foi enganado pelo advogado.

> “O advogado foi e contou uma história. E pra mim, o advogado enganou o Vinicius [Gritzbach] e usou o meu nome, usou o nome de um delegado que e não conheço e usou o nome de dois deputados honrados”, falou Caipira, que pretende entrar com uma ação por calúnia contra Ramsés.

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