A Polícia Federal deflagrou a Operação Mundemus nesta quinta-feira, afastando três policiais federais e um policial militar suspeitos de extorsão a um empresário no Rio de Janeiro. A ação visa desarticular uma organização criminosa que exigia pagamentos mensais em dinheiro para evitar a instauração de um inquérito policial contra o empresário. Além da cobrança de propina, os agentes teriam entregado ao empresário uma carteira funcional e um distintivo falsificado da PF. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversas localidades, incluindo Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Tijuca, Penha e Niterói.
A Operação Mundemus é um desdobramento da investigação iniciada durante a Operação Cash Courier, em março, que mirou uma quadrilha de tráfico internacional de armas liderada por um policial federal aposentado. O compartilhamento de provas obtidas revelou a existência de outro grupo criminoso, formado pelos quatro agentes afastados. Durante a operação, os investigadores cumpriram cinco mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e impuseram medidas cautelares aos suspeitos, incluindo o afastamento das funções públicas e a proibição de contato entre os envolvidos.
Entre os envolvidos na extorsão, estão os agentes federais e o policial militar, indiciados por organização criminosa, extorsão majorada, falsidade ideológica de documento público, falsificação de selo público e violação do sigilo funcional. Durante as buscas, a PF informou ter prendido em flagrante o empresário alvo da extorsão e encontrado em sua residência uma arma, munições, uma carteira funcional e um distintivo falsificado da PF. A investigação continua sendo conduzida pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
A investigação teve origem na Operação Cash Courier, que revelou que o policial federal aposentado Josias João do Nascimento era o verdadeiro “Senhor das Armas”, líder de um megaesquema de tráfico internacional. O esquema durou oito anos e foi responsável pelo envio de cerca de 2.000 fuzis dos EUA para o Rio, destinados ao Comando Vermelho em comunidades. Para lavar o dinheiro dos lucros, Nascimento utilizava pessoas físicas e jurídicas para adquirir imóveis e outros bens. A análise do material obtido durante a investigação Cash Courier levou à descoberta do outro grupo criminoso, que resultou na Operação Mundemus.
Neste contexto, a Polícia Federal reforça seu compromisso de combater a corrupção e práticas ilícitas, mesmo dentro das instituições. A investigação ainda está em andamento, e novas informações podem surgir no decorrer do processo. A sociedade espera que a justiça seja feita e que os responsáveis por esses crimes sejam devidamente punidos. É fundamental o trabalho contínuo das forças de segurança para coibir a corrupção e garantir a integridade das instituições públicas. A transparência e a responsabilidade são pilares fundamentais para a manutenção da ordem e da justiça em nossa sociedade.




