A Polícia Federal do Paraná realizou uma nova operação contra a lavagem de dinheiro vinculada ao narcotráfico, agora em São Paulo, nas cidades de Indaiatuba e Santana de Parnaíba. A ação foi determinada pela 23ª Vara Federal de Curitiba e é um desdobramento de outra operação realizada em 2024. A investigação da PF identificou um esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao tráfico internacional de drogas, resultando em dois mandados de busca e apreensão executados nesta sexta-feira (28).
A Operação Mafiusi, deflagrada em dezembro de 2024 e que prendeu 10 pessoas envolvidas em um esquema criminoso que movimentou ilegalmente cerca de R$ 2 bilhões, foi a base para a nova operação em São Paulo. A PF identificou evidências de lavagem de dinheiro praticadas por uma suposta organização criminosa e seu principal operador financeiro, envolvendo movimentações ilícitas através de contas de passagem, dinheiro em espécie, empresas fictícias e aquisição de bens de alto valor.
A repercussão da operação resultou no sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores em contas bancárias e aplicações financeiras, totalizando aproximadamente R$ 31,5 milhões dos investigados por operarem um esquema de transporte de cocaína entre a América do Sul e a Europa. Até o momento, duas prisões e apreensão de cavalos avaliados em R$ 3 milhões foram realizadas, sem mais detalhes divulgados.
Na primeira fase da operação, as investigações mostraram uma rede complexa envolvida em operações principalmente pelo Porto de Paranaguá e aeronaves privadas. O trabalho conjunto e internacional teve início em 2019 após a prisão de membros da máfia italiana em Praia Grande, São Paulo. As autoridades identificaram a participação de traficantes de São Paulo e membros de uma organização mafiosa italiana, responsáveis pela intermediação da droga até a Europa, bem como a lavagem de dinheiro através de empresas e contas de fachada.
A principal rota de saída da droga era o Porto de Paranaguá, com a chegada sendo o Porto de Valência, na Espanha. As cargas eram disfarçadas em contêineres contendo cerâmica, louça sanitária e madeira, além do uso de aeronaves privadas para o envio de cocaína para a Bélgica. As investigações continuaram a desvendar esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro e narcotráfico, mostrando a importância do trabalho conjunto entre as instituições internacionais e brasileiras para combater o crime organizado.