Polícia Federal indicia 17 por desvio de verba na Saúde em RS e SP: presidente de instituto preso no Mato Grosso.

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A Polícia Federal indiciou 17 pessoas por suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em um esquema de desvio de recursos da Saúde nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. Os crimes teriam sido cometidos por meio do Instituto Riograndense de Desenvolvimento Social Integrado (IRDESI), uma organização social que administrava postos de saúde em Jaguari (RS) e Embu das Artes (SP) até novembro. O presidente do instituto, Humberto Silva Baccin, foi preso preventivamente no final do último mês durante uma operação da PF. Desde então, ele está detido no Complexo Penitenciário Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande (MT).

Posteriormente, agentes da Secretaria de Justiça do Mato Grosso apreenderam dois celulares que, de acordo com a PF, eram utilizados por Humberto para “coagir testemunhas e interferir na instrução criminal”, conforme documento obtido pelo DE. Entre os indiciados estão a esposa de Humberto, Maíne Baccin, e a ex-companheira, Tássia Nunes. Ambas constavam na folha de pagamento do instituto com salários de até R$ 23 mil, sem efetivamente trabalhar. Tássia também é acusada de ter tido o aluguel de um apartamento à beira-mar em Balneário Camboriú pago com dinheiro proveniente do desvio de verbas da Saúde.

Em áudios obtidos pela PF, Humberto lamenta os altos custos do casamento e menciona a compra de uma bolsa de luxo. Ele ainda compara seus gastos com os do ex-companheiro da esposa, alegando ter dado presentes mais caros. Para justificar a saída dos recursos, o Irdesi declarava gastos com serviços nunca realizados. Uma das empresas investigadas é a Valquíria Serviços, que teria recebido R$ 260 mil por mês para realizar obras de manutenção no hospital de Embu das Artes. Além disso, trocas de mensagens obtidas pela PF levantam suspeitas de envolvimento de um funcionário público em suposto direcionamento de licitação na Fundação de Proteção Especial (FPE) do Rio Grande do Sul.

A defesa da ex-companheira de Humberto ressalta que não há provas de que ela tivesse conhecimento dos crimes cometidos pelo instituto. Tássia nunca teria participado de decisões administrativas, operacionais ou financeiras e não atuou em conjunto com Humberto. A nota da defesa destaca a ausência de elemento que comprove dolo ou adesão consciente às condutas investigadas, além de ressaltar que não mantém relação próxima com o acusado. O DE entrou em contato com a defesa de todos os citados, aguardando retorno para mais esclarecimentos sobre o caso de desvio de recursos na Saúde.

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