Representante de organização cobrou ‘parceria’ de secretário municipal antes de contrato de R$ 86 milhões com a Prefeitura DE Sorocaba, diz PF
Informações estão em documento que embasaram Operação Copia e Cola, realizada em 10 de abril, em que o prefeito DE Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos) foi alvo.
Polícia Federal descobriu diálogos entre suposto operador de esquema de corrupção e secretário municipal de Sorocaba (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM
Anderson Luiz Santana, um dos investigados pela Polícia Federal na Operação Copia e Cola, cobrou uma “parceria” do então secretário municipal de Administração da Prefeitura DE Sorocaba (SP), Fausto Bossolo, cinco dias antes de uma reunião com membros do Instituto de Atenção à Saúde e Educação (Aceni), atual Iase, entidade que ele representava, para tratar de um contrato milionário com a prefeitura.
Sete meses depois dessa cobrança, a mesma instituição assinou um contrato de R$ 86 milhões com a prefeitura.
As informações estão na investigação da Polícia Federal relacionada à Operação Copia e Cola, onde o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), que ficou conhecido nas redes sociais como “prefeito tiktoker”, também é investigado. Manga e outros investigados foram alvos da PF em 10 de abril. Na ocasião, R$ 1,7 milhão foram apreendidos.
Esta é a segunda reportagem de uma série especial que mostra informações, obtidas com exclusividade pela TV TEM e pelo DE, do inquérito da Polícia Federal que investiga ao menos 10 pessoas e diversas instituições, por meio da Operação Copia e Cola.
A TV TEM e o DE procuraram a defesa dos citados. Confira o posicionamento completo mais abaixo.
O Instituto de Atenção à Saúde e Educação (Aceni), atual Iase, é investigado por supostos pagamentos de propinas a agentes públicos DE Sorocaba para ganhar licitações e assumir a administração das unidades de saúde. Entenda, abaixo, como tudo aconteceu:
Fausto Bossolo envia foto com ex-secretário DE Saúde DE Sorocaba (SP), aponta PF em investigação DE suspeita DE corrupção — Foto: Reprodução/TV TEM
Conforme a investigação, em 13 DE agosto DE 2021, Fausto Bossolo encaminhou para o celular da esposa DE Daniel Cássio Ribeiro da Costa, também alvo da operação, uma foto onde aparece o então secretário DE Saúde, Vinicius Rodrigues. Na data, a Prefeitura DE Sorocaba publicou o projeto para o gerenciamento da Unidade Pré-Hospitalar da zona oeste.
No dia seguinte, às 23h27, Fausto recebeu uma mensagem, em tom de cobrança, DE Anderson Luiz Santana, membro da Aceni, que falou da publicação do dia anterior e citou uma parceira.
“Boa noite, Fausto, tudo bom? é o Anderson lá da Aceni, tá bom? O, meu irmão, Paulinho me avisou aqui que lançaram uma situação aí né e nem comunicaram a gente, pô, e aquela parceria, pô, cadê?”
Cinco dias depois, em 19 DE agosto, houve uma nova reunião na prefeitura, com a presença dos secretários Fausto Bossolo e Vinicius Rodrigues; do amigo Daniel Cássio; e os integrantes da Aceni, Sérgio Peralta, Anderson Santana e Paulo Korek. Para a PF, Paulo é o verdadeiro dono da Aceni.
Por seis meses, a UPH da zona oeste funcionou sob administração emergencial, mas em março DE 2022, sete meses após a cobrança e a reunião, a Aceni venceu o chamamento público – uma espécie de licitação para Organizações Sociais (OSs) -, e assumiu o controle da unidade com um contrato de R$ 86 milhões por dois anos de atividade.
Para a Polícia Federal, a vitória foi o resultado da cobrança direta feita por Anderson Santana ao secretário Fausto Bossolo, exigindo que a “parceria” estabelecida fosse honrada.