Polícia investiga denúncias de assédio e manipulação contra ex-sócio de academia no Rio: relatos de humilhações e coações

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Polícia investiga novas denúncias de assédio e manipulação psicológica contra
ex-sócio de academia no Rio

Procurado pelo De, Nicolay Andrade Faria Ribeiro não respondeu às tentativas de
contato até a publicação desta reportagem.

A 16ª DP (Barra da Tijuca) recebeu novas denúncias contra Nicolay Andrade Faria
Ribeiro, ex-sócio da academia DNA, no inquérito que apura acusações de assédio sexual e moral. Ex-funcionárias e ex-alunas relatam ainda terem sido alvo de perseguição quando não atendiam às vontades dele.

Uma das denunciantes descreveu Nicolay como “controlador, abusivo e tóxico”.

Entre os relatos feitos à polícia, estão:

Insinuações e convites para sair com funcionárias;
Solicitação de fotos íntimas ou em trajes sensuais
Toques, elogios inapropriados, manipulações e promessas de ascensão
profissional caso as vítimas obedecessem às vontades de Nicolay
Situações explícitas de humilhação, perseguição e coerção psicológica e
emocional

Yasmin relatou ainda que teve que tirar fotos em sessões onde Nicolay escolhia todos os detalhes. Ela diz ainda que nunca pôde ficar com as fotos. “Fotos com roupas, poses, estilos, biquínis e cenários que ele cuidadosamente escolhia, uma a uma”.

Segundo outra funcionária, o ex-dono da academia pedia fotos e vídeos de partes
do corpo dela e de outras funcionárias.

“Nos convidava para sair, frequentar o novo apartamento dele, tentava marcar as
reuniões fora do ambiente de trabalho, se insinuava e quando ia na sala dele
falar de trabalho ele arrumava uma maneira de falar sobre sexo comigo”, relatou
Yuan Jiamin, que trabalhou diretamente como secretária de Nicolay no período que
a academia era no Grajaú.

A defesa das vítimas, a advogada criminalista Marcelly Reis, afirma que os
crimes noticiados envolvem a prática de assédio sexual, perseguição e violência
psicológica contra mais de dez meninas, evidenciando a gravidade e a recorrência
dos atos.

Procurado, o delegado titular, Neilson Nogueira, afirmou que as autoras das
denúncias serão intimadas, priorizando as que moram no Rio de Janeiro. Depois
disso, Nicolay será ouvido na delegacia.

Em um termo aberto na 16ª DP, que foi transferido para outra delegacia da Zona
Oeste, Nicolay afirma que foi alvo de difamação por uma influenciadora, e que
várias mulheres combinaram acusações contra ele, sem ter provas do que alegam.

Procurado pelo De, Nicolay não respondeu às tentativas de contato até a
publicação desta reportagem.

HUMILHAÇÕES E MANIPULAÇÃO PSICOLÓGICA

Além de conversas inapropriadas e situações de assédio sexual, os relatos
enviados ao De citam momentos de humilhação e manipulação por parte de Nicolay
nas unidades do Grajaú, na Zona Norte do Rio, e também na Barra da Tijuca.

“No Grajau já fui obrigada a trabalhar com Covid e em condições absurdas sob
pressão psicológica. Eu e muitas outras pessoas da equipe éramos constantemente
humilhadas e tratadas com xingamentos e ameaças quando não atendíamos as
exigências do Nico”, afirmou Yuan.

Uma delas relatou que foi convencida por Nicolay a se matricular em uma
faculdade particular para continuar trabalhando na DNA. Os custos da faculdade
seriam pagos por ele, o que segundo as denúncias era uma prática comum de
“Nico”, como é conhecido.

“Fui manipulada a ponto de desistir da minha vaga em uma universidade pública
[…] Ele me convenceu de que pagaria uma faculdade particular online para mim,
assim eu poderia continuar no estágio. Disse que, se eu não cancelasse minha
matrícula na universidade pública, eu não poderia continuar na DNA”, relatou Ana
Lígia Sangaletti.

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