Polícia investiga desvio em rio Meia Ponte dentro de Área de Proteção Permanente

Uma denúncia de desvio do rio Meia Ponte levou a equipe da Delegacia do Meio Ambiente (Dema) até a Área de Proteção Permanente (APP) onde fica o curso d’água afetado, no Jardim Califórnia, em Goiânia. Peritos da Polícia Técnico Científica também visitaram a região. O resultado da apuração deve ser liberado em breve para acompanhar o inquérito que deve apontar os responsáveis pelo ilícito ambiental.

Em outubro do ano passado, um outro procedimento investigatório chegou a ser instaurado para apurar denúncia de lançamento de entulho no mesmo rio. Já nesta quarta-feira, 17, a Dema constatou que uma atividade criminosa, que ainda é investigada, fez com que o leito deixasse de ser sinuoso e se tornasse reto. De acordo com as autoridades, as curvas feitas pelo próprio rio é um sistema natural que evita inundação na época de cheia e, realiza filtramento para o lençol freático. Portanto, o desvio representa riscos para o meio ambiente e população ao redor.

“Conforme informações recebidas foi o próprio órgão municipal quem fez o desvio. Na Constituição está escrito que é dever do Poder Público e da coletividade defender e proteger o meio ambiente. Se continuar como está, em janeiro os barrancos serão derrubados e vai ocorrer assoreamento. Isso interfere em rios grandes, como o Araguaia, porque reduz a água dos afluentes que o abastecem”, afirma o titular da DEMA, Luziano Carvalho.

De acordo com ele, a Constituição permite interferências em APP’s podem ocorrer apenas em três situações: interesse social, utilidade pública e de pequeno impacto ambiental.

Lixo e esgoto no rio Meia Ponte. (Foto: Divulgação / Dema)

Uma visita ao trecho revelou ainda a existência de resíduos como lixo, entulho e até corpos no leito do rio, de acordo com Carvalho.

A reportagem do Diário do Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) para detalhes sobre a alteração no curso do rio Meia Ponte apurada pela Polícia Civil. A resposta foi que autarquia “enviará uma equipe “in loco” para averiguar os fatos bem como tomar as medidas fiscais cabíveis”.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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