A Polícia Civil (PC) do Rio Grande do Sul investiga a morte de uma mulher durante o show da cantora Luísa Sonza, em Porto Alegre, no último sábado, 16. A vítima Alice de Moraes, de 27 anos, passou mal enquanto acontecia a apresentação e procurou atendimento na ambulância que estava no Pepsi On Stage, mas não resistiu.
Vítima foi encontrada desacordada no banheiro
Segundo amigos de Alice, a vítima sumiu pouco mais de 30 minutos após o início do show. Ela informou à amiga Camila Rodrigues que estava se sentindo mal e que iria ao banheiro.
Porém, Camila recebeu uma mensagem da vítima à 1h59 dizendo que havia passando mal e estava na ambulância.
“Eu fui correndo para a ambulância e encontrei ela lá, desacordada, sentada ao lado da ambulância em uma cadeira branca, deitada. Eu questionei à enfermeira como que ela tinha chegado ali, e a enfermeira me relatou que ela própria, a enfermeira, tinha escrito a mensagem. Eu perguntei o que tinha acontecido, como que ela tinha chegado ali, e eles me falaram que tinham encontrado ela desacordada no banheiro”, descreveu Camila ao G1.
De acordo com a amiga, houve negligência no momento do atendimento à Alice e que ficaram três horas clamando por ajuda.
”Eu comecei a questionar o que eles tinham feito, se eles tinham dado alguma medicação, se eles tinham dado água, e ela disse que eles não poderia ajudar, não poderiam atender ela e me orientaram a chamar um Uber”, conta.
A irmã de Alice, Andreia Moraes, também estava no local e reclamou do atendimento. Segundo ela, a irmã não foi atendida e nem mesmo medicada pela equipe médica.
Contudo, após perceber a perda de sinais vitais de Alice, Andreia chamou outra vez a equipe médica e, só então, eles teriam levado a jovem para dentro da ambulância e tentado um procedimento mais eficiente.
“Ela já estava roxa, a boca roxa, já não tinha nenhum tipo de resposta, e eles me tiraram de dentro da ambulância para começar as manobras de ressuscitação. Depois, sei lá, uma meia-hora, chegaram duas ambulâncias: uma da mesma empresa e outra do Samu. Já tinha chegado polícia, enfim, mas ela já tinha ido a óbito”, afirma a irmã.
O delegado responsável pela investigação diz que é muito prematuro falar em negligência neste momento. No entanto, ele afirma que irá buscar mais informações sobre o momento exato, quanto tempo demorou o atendimento, quantas ambulâncias tinham e qual era o público presente.
“Após as oitivas, após perícia, após esgotarmos colher todas as provas desse inquérito, nós vamos decidir pelo indiciamento ou não de alguém”, aponta Vieira.
A causa da morte ainda não foi esclarecida e só será apontadas após uma perícia no corpo, que pode levar 30 dias para ser concluída. Os envolvidos devem prestar depoimento nesta quarta-feira, 20.