Polícia procura suspeitos de assassinarem dono de cartório a mando da esposa

A Polícia Civil divulgou foto de Luzimar Francisco Neto, suspeito de contratar dois executores, de 21 e 23 anos, para matar o cartorário Luiz Fernando Alves Chaves, de 40 anos, em Rubiataba. O sequestro seguido de morte aconteceu na última terça-feira (28). Quatro pessoas já foram presas, entre elas a esposa da vítima que, segundo as investigações, é suspeita de encomendar ocrime para pegar o dinheiro do seguro de vida.

Uma força-tarefa da Polícia Civil e da Polícia Militar de diversos municípios foi montada para encontrar os suspeitos e fazer a investigação. Conforme apurado até o momento, a esposa do cartorário teria encomendado a morte do marido para receber um seguro de vida, do qual ela não sabe o valor, que a família fazia há quatro anos. A polícia suspeita que ela tenha planejado o crime com outra mulher, que seria sua amante. As investigações continuam para apurar esta suspeita e, se for o caso, efetuar pedido de prisão.

Além da esposa, de 33 anos, foram presas outras três pessoas. Uma que forneceu a arma do crime, uma pistola 380, além dos dois executores que efetuaram 17 disparos, sendo que 7 atingiram o cartorário. Luzimar Francisco Neto, procurado pela polícia, teria sido contratado pela esposa e, então, responsável por negociar com os dois executores, além de localizar a pessoa responsável por fornecer a arma.

Luzimar Neto já tem passagens pela polícia e já teve pedido de prisão temporária. Certa vez, segundo a polícia, ele fingiu ser policial civil no Tocantins. O suspeito é procurado pelos crimes de homicídio, roubo circunstanciado e associação criminosa. Os envolvidos já presos respondem por estes mesmos crimes e devem continuar custodiados em Rubiataba.

Entenda o crime contra o cartorário

Conforme apontaram as investigações, os dois executores confessaram o assassinato, relataram os mandantes e disseram que alguém “lá de dentro” havia entregado os controles dos portões da residência da vítima a eles. No momento do crime, eles entraram usando os controles, enquanto o cartorário Luiz Fernando estudava para a segunda fase de um concurso. Ele estava sozinho em casa.

“As crianças teriam ido com a mãe para a igreja. Pelo que temos de informação, ela nunca ia à igreja e, justo em um dos dias em que o marido teria curso para o concurso que prestava, ela inventou esta história”, explica o delegado Marcos Adorno, responsável pela investigação.

Segundo a polícia, vizinhos relataram ter ouvido a vítima pedir que levasse o que quisessem, mas não fizessem mal a ele porque tinha filhos pequenos. O cartorário e a esposa – suspeita de encomendar o crime – têm três filhos. Uma menina de cinco anos e um casal de gêmeos de três anos. Eles eram casados desde 2012 e, segundo relataram funcionárias da casa à polícia, tinham brigas pontuais.

Investigações

Segundo o delegado Marcos Adorno, um dos executores do crime disse que receberia mil reais para cometer o crime. Ele foi em seu próprio carro até Rubiataba e, antes, passou em Campo Limpo para buscar a arma. Luzimar, foragido, teria acompanhado os dois executores para entregar os controles dos portões da residência e mostrar o trajeto.

Antes de colocar a vítima em seu próprio carro e sequestrá-la, os suspeitos amordaçaram e amarraram o cartorário.

“Saíram rumo a Rio Verde e, em cerca de 20 quilômetros, chegaram no canavial e cometeram a execução. Viramos a madrugada inteira procurando o local onde deixaram o corpo”, explica o major Fernando Dias de Borba, da Polícia Militar.

Segundo a polícia, qualquer informação sobre Luzimar Francisco Neto será totalmente sigilosa e poderá ser encaminhada através dos telefones 197 ou (62) 3506-4709.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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