Polícia tenta prender dirigentes da mancha verde em operação

Na manhã de sexta-feira, 1º de novembro, a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram uma operação para prender o núcleo de dirigentes da Mancha Verde, a principal torcida organizada do Palmeiras. A ação visa responsabilizar os envolvidos na emboscada contra a torcida do Cruzeiro, ocorrida no último domingo, 27 de outubro, que resultou na morte de um torcedor e deixou cerca de vinte feridos.
 
Os alvos da operação incluem o presidente da Mancha Verde, Jorge Luiz Sampaio Santos, e o vice-presidente, Felipe Matos dos Santos. Os agentes policiais foram até a sede da torcida organizada, localizada na rua Palestra Itália, no bairro de Perdizes, zona Oeste de São Paulo. Para entrar, eles tiveram que arrombar a porta da sede e apreenderam materiais da torcida.
 
Além da sede, as buscas também ocorreram em Taboão da Serra e São José dos Campos, com o objetivo de localizar armas, roupas, celulares, computadores e veículos utilizados no ataque ao ônibus da torcida Máfia Azul. As autoridades acreditam que Jorge Luiz e Felipe Matos foram os responsáveis pela emboscada que matou o motoboy José Victor Miranda, de 30 anos, em Mairiporã.
 
A emboscada é vista como uma resposta a um conflito anterior entre as duas torcidas, ocorrido em setembro de 2022, em Minas Gerais, onde quatro palmeirenses foram baleados e Jorge Luiz foi espancado por torcedores do Cruzeiro.
 
Consequente a este incidente, a Mancha Verde está proibida de comparecer em estádios no estado de São Paulo, determinação da Federação Paulista de Futebol. A torcida Mancha Verde ainda não se pronunciou sobre a operação que visa prender seus dirigentes.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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