A Brigada Militar (BM) concluiu que os policiais responsáveis por matar Herick Cristian da Silva Vargas, de 29 anos, com um tiro na cabeça, agiram em legítima defesa. O trágico incidente ocorreu em Porto Alegre, no bairro Santa Fé, em 15 de setembro deste ano. A vítima, que sofria de esquizofrenia, estava em surto psiquiátrico quando os policiais foram acionados pela mãe de Herick, que relatou que o filho estava agressivo após fazer uso de cocaína e necessitava de ajuda, não de morte.
De acordo com a Corregedoria da Brigada Militar, os policiais tentaram conter Herick com o uso de uma arma de incapacitação neuromuscular, mas diante do risco iminente de agressão física, atiraram quatro vezes com arma de fogo. Mesmo com a tentativa de socorro pelo Samu, Herick não resistiu aos ferimentos e veio a óbito no local. A ocorrência se desenrolou em cerca de quatro minutos, culminando na morte do jovem de 29 anos.
A mãe de Herick, Evolmara Vargas, declarou que chamou a polícia com o intuito de garantir atendimento ao filho, não para que ele fosse morto. Ressaltou que Herick estava em surto e necessitava de ajuda médica, demonstrando profundo pesar pela tragédia. Por sua vez, a BM destacou que as ações dos policiais seguiram as regras de uso diferenciado da força, iniciando pela verbalização e evoluindo para o emprego de força letal diante da ameaça iminente à vida dos agentes.
A investigação contou com diversos elementos, como imagens das câmeras corporais dos policiais, depoimentos da mãe e da tia de Herick, assim como laudos periciais. Com a conclusão do inquérito, os policiais afastados poderão retomar suas atividades, enquanto o documento seguirá para a Justiça Militar e o Ministério Público. A Polícia Civil também está envolvida na apuração do caso, visando esclarecer todos os detalhes do trágico incidente que resultou na morte de Herick Cristian da Silva Vargas.
A Corregedoria-Geral da Brigada Militar divulgou uma nota oficial comunicando a conclusão do Inquérito Policial Militar e ressaltando que as ações dos policiais foram pautadas pela necessidade de contornar a situação de risco iminente. O laudo toxicológico revelou que Herick apresentava alta concentração de cocaína em seu organismo, associada à crise de esquizofrenia, tornando o controle da situação extremamente difícil. O caso será encaminhado à Justiça Militar para as devidas providências.
Dessa forma, a triste morte de Herick Cristian da Silva Vargas coloca em evidência a importância do treinamento e preparo dos agentes de segurança para lidar com situações de crise envolvendo transtornos mentais. A necessidade de abordagens diferenciadas e a busca por alternativas não-letais devem ser contempladas nas práticas policiais, visando preservar a vida e a integridade física de todos os envolvidos. O caso de Herick serve como alerta para a urgência de melhorias nos protocolos e procedimentos adotados pelas forças de segurança em situações semelhantes.




