O caso envolvendo policiais militares denunciados por omitir e esconder um fuzil recolhido durante uma megaoperação nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha chocou a população. Nas imagens das câmeras operacionais portáteis (COPs), os sargentos Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira e Charles William Gomes dos Santos foram flagrados escondendo a arma em uma mochila e tentando restringir a visibilidade do objeto ocultado. A conversa entre os PMs revela a tentativa de ocultar o recolhimento do fuzil AK-47, com frases como “Vê se não está aparecendo”, evidenciando uma possível conduta dolosa.
De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o armamento foi encontrado em uma residência onde 25 homens já haviam se rendido. As imagens das câmeras corporais mostram que Silva Vieira pegou o fuzil e se afastou do grupo de policiais que registrava o material apreendido, posteriormente ocultando a arma juntamente com Santos em uma mochila. Houve uma discrepância entre a documentação oficial e o conteúdo registrado, pois no Registro Policial Militar foi apresentada somente a pistola calibre 9mm, omitindo o fuzil da apreensão.
O inquérito da polícia evidenciou omissão de informações e possíveis condutas dolosas destinadas à ocultação de parte do material bélico apreendido, levantando a suspeita de eventual conluio para direcionamento dos resultados da operação. A dupla de sargentos discutiu como esconder o fuzil, chegando a cogitar desmontá-lo, porém, devido à falta de ferramentas, decidiram mantê-lo inteiro na mochila. As investigações apontaram também que houve tentativas deliberadas de manipular as câmeras corporais, visando dificultar o controle interno e externo da atividade policial.
Os casos de peculato e furto qualificado cometidos pelos policiais durante a megaoperação resultaram em denúncias feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, com quatro dos seis denunciados já presos. Além disso, outros casos foram revelados pelas imagens gravadas, como o policial do Bope flagrado cometendo furtos dentro da mesma casa onde ocorreram as rendições. A análise das imagens continua sendo realizada, evidenciando violações éticas e criminosas.
A população carioca encontra-se chocada com essas revelações e exige a devida punição dos envolvidos. A transparência e a ética no cumprimento das atividades policiais são fundamentais para manter a confiança da sociedade nas instituições de segurança. A justiça precisa ser feita e os responsáveis precisam ser responsabilizados pelos seus atos, garantindo assim a integridade e o profissionalismo da Polícia Militar do Rio de Janeiro.




