Dois policiais penais foram afastados cautelarmente após a morte de um detento de 22 anos no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Os nomes dos servidores não foram divulgados. A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), que instaurou um Procedimento de Investigação Preliminar (PIP). O afastamento, feito como medida administrativa preventiva, atendeu a um pedido do Ministério Público, “até que as circunstâncias do fato sejam devidamente apuradas”. Segundo a família, Cleiciano das Neves Dantas estava preso no Centro de Detenção Provisória desde maio, por desacato à autoridade, e não tinha visitas autorizadas.
Os parentes de Cleiciano das Neves Dantas receberam a notícia de que o jovem passou mal e morreu. De acordo com a guia de sepultamento, o médico que atestou o óbito apontou como causa da morte choque hipovolêmico – quando há grande perda de sangue – além de hemorragia interna abdominal e lesão no baço. A Seape informou que os policiais penais foram acionados por internos para socorrer Cleiciano e, ao chegarem à cela, o encontraram sem sinais vitais. Foram realizadas manobras de reanimação até a chegada do Samu, que confirmou a morte. Ainda segundo a secretaria, não foram observados sinais aparentes de lesão e não houve relato de confronto com os policiais.
No dia da morte, Cleiciano estava em uma cela coletiva e, segundo a Seape, poderia receber visitas, mas nenhum dos visitantes cadastrados havia concluído o processo de habilitação. A família do detento aguarda a conclusão das investigações para entender as circunstâncias que levaram à morte de Cleiciano das Neves Dantas. O caso gerou comoção e questionamentos sobre a segurança e as condições dos presídios. A sociedade civil e autoridades locais acompanham de perto o desenrolar dos acontecimentos, buscando respostas e transparência sobre o ocorrido na Papuda.
O afastamento dos policiais penais evidencia a necessidade de uma análise criteriosa dos procedimentos adotados no sistema prisional, visando garantir a integridade física e a segurança tanto dos detentos quanto dos agentes envolvidos. A repercussão do caso reforça a importância do cumprimento das normas e regulamentos estabelecidos, bem como da atuação preventiva e responsável das autoridades responsáveis pela gestão das unidades prisionais. É fundamental que a sociedade cobre e acompanhe de forma ativa as medidas adotadas a fim de evitar que situações como esta se repitam e que a justiça seja feita em relação à morte de Cleiciano das Neves Dantas.