Policial militar com milhares de seguidores pode ser detida após fazer um vídeo fardada ensinando a fazer um torniquete. Mayara Kelly, uma policial militar muito popular nas redes sociais, está enfrentando consequências por postar vídeos usando sua farda da Polícia Militar. A corporação afirma que Mayara violou o Código Disciplinar Militar ao se promover de maneira inadequada, divulgando conteúdo enquanto estava em serviço.
Mayara, que acumula mais de 45 mil seguidores no Instagram, pode ser detida por suas ações. Em um dos vídeos que gerou polêmica, ela ensina como usar um torniquete em caso de ferimento para controlar o fluxo sanguíneo. Essa atitude resultou em uma sanção disciplinar após a publicação nas redes sociais, mostrando detalhes de sua rotina como agente da segurança pública. Outro vídeo que a levou a ser advertida pela Polícia Militar a mostrava lavando uma viatura em um quartel no dia 22 de abril de 2023.
A decisão da Polícia Militar em relação a Mayara Kelly gerou controvérsias e discussões legais. Seu advogado, Francisco Sabino, da Associação das Praças Militares do Estado do Ceará (Aspra), afirmou que houve um equívoco na interpretação da corporação sobre os vídeos postados por Mayara. Ele planeja recorrer da decisão, buscando provar que as ações de sua cliente não violaram o Código Disciplinar Militar.
Apesar da polêmica em torno das publicações de Mayara Kelly, seu advogado defende que os vídeos não divulgaram informações confidenciais da Polícia Militar. Ele afirma que o vídeo ensinando a fazer um torniquete foi uma forma de utilidade pública, ressaltando a importância de compartilhar conhecimento para ajudar em situações de emergência. Além disso, o vídeo em que ela aparece limpando a viatura foi interpretado como um gesto que enaltece o trabalho e protagonismo das mulheres na corporação.
A defesa de Mayara argumenta que as publicações da policial militar tinham como objetivo educar e informar, sem violar normas éticas militares ou expor segredos da instituição. A sindicância realizada e a aplicação da sanção disciplinar seguiram os procedimentos previstos, garantindo à policial o direito à ampla defesa e ao contraditório. A decisão, sujeita a recurso, levantou debates sobre a liberdade de expressão e a divulgação de informações por agentes de segurança pública nas redes sociais.