PM é condenado a 46 anos de prisão por matar e estuprar sobrinho adolescente
Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves foi encontrado morto na cama com marca de
disparo de arma de fogo na testa em 2016.
1 de 5 Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, encontrado morto com um
tiro — Foto: Reprodução/ RBS TV
Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, encontrado morto com um tiro —
Foto: Reprodução/ RBS TV
O policial militar da reserva Jeverson Olmiro Lopes Goulart foi condenado a 46
anos de prisão por estuprar e matar o próprio sobrinho de 12 anos, em 2016.
(relembre o caso abaixo)
Após dois dias de júri, a decisão aconteceu na tarde desta terça-feira (28). A
defesa de Goulart afirma que respeita a decisão, mas que deve recorrer.
O júri foi realizado no Foro Central, e os trabalhos foram conduzidos pela juíza
Anna Alice da Rosa Schuh, da 1ª Vara do Júri da Comarca da capital.
3 de 5 Mãe de Andrei, Cátia Goulart, recebendo abraço da promotora Lúcia Helena
Gallegari, após a notícia da condenação do réu — Foto: Raí Quadros/ RBS TV
RELEMBRE O CASO
Caso Andrei: Júri marcado para hoje
Andrei foi encontrado morto com um tiro em 30 de novembro de 2016, em seu
quarto, em Porto Alegre. O caso foi investigado como possível suicídio, e concluído pela Polícia Civil como acidente.
Catia Goulart, mãe do menino e irmã de Jeverson, desconfiava da condução do
inquérito e das provas colhidas na época. Após insistência da família, o caso
foi reaberto pelo Ministério Público, que o denunciou por homicídio e estupro de vulnerável.
Em depoimento anterior, Jeverson disse que estava na casa da irmã há cerca de um
mês, em visita à família, mas seria morador do Rio de Janeiro. Ele alegou que
estava dormindo na cama de baixo do beliche quando, por volta das 2h, “acordou
com o barulho de um disparo de arma de fogo e encontrou a vítima ensanguentada
na cama de cima”.
O tio da vítima sustentou que “alertou a todos os moradores sobre a presença da
arma e a proibição de pegarem”. Sobre a ausência de digitais, ele disse à
Justiça que “lavou as mãos enquanto aguardava a perícia no apartamento, pois foi
ao banheiro”.
4 de 5 Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, foi encontrado morto com um
tiro — Foto: Divulgação/Ministério Público
Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, foi encontrado morto com um tiro —
Foto: Divulgação/Ministério Público
DIA DO CRIME
Catia saiu de casa por volta das 17h30 e Andrei disse que esperaria o tio para
tomar chimarrão. Às 19h45, Jeverson confirmou que havia chegado. Quando a mãe
retornou, às 23h20, notou que o filho não fez as brincadeiras costumeiras.
Conforme a declaração, ela foi dormir, mas, por volta das 2h, foi acordada pelo
irmão dizendo que havia acontecido uma tragédia. Ela afirma que foi ao quarto e
encontrou Andrei “deitado, tapado com coberta até o peito, com as mãos juntas, e
viu que ele apresentava um ferimento na cabeça, da testa em direção à nuca”. A
auxiliar de enfermagem diz que verificou a temperatura corporal e constatou que
o filho estava morto.
5 de 5 Manifestação de familiares de vítima antecede júri do Caso Andrei — Foto:
Vítor Rosa/RBS TV
Manifestação de familiares de vítima antecede júri do Caso Andrei — Foto: Vítor
Rosa/RBS TV
A Brigada Militar (BM) foi chamada e chegou às 2h30. Conforme Catia, Jeverson
teria falado a alguém que já estava confirmado o suicídio, e se dispôs a fazer o
exame de pólvora nas mãos.
Catia desconfiou de diversos pontos na tese de suicídio apresentada pelo irmão.
Um deles foi um bilhete, supostamente escrito por Andrei, em que o filho dizia:
“Mãe, eu te amo, me enterre com a camisa do Grêmio”.
Segundo ela, a caligrafia estava diferente, e a assinatura estava errada. Além
disso, a nota foi encontrada depois do crime, e o papel utilizado seria de um
caderno que estava em outro cômodo da casa.
Na época da denúncia do MP, a Polícia Civil informou que não pretendia que
reabrir o inquérito.
Após insistência da mãe, ex-policial vira réu por morte do sobrinho em Porto
Alegre
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