Se tem uma palavra que causa arrepios na sociedade atual é “feminicídio”. Infelizmente, casos como esse ainda são recorrentes e chocam a todos. Recentemente, no interior do Rio de Janeiro, um policial militar foi condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato de sua namorada, a cirurgiã-dentista Mayara Pereira de Oliveira. O crime ocorreu em 2020, quando a vítima foi mantida refém no estacionamento de uma faculdade e acabou sendo baleada pelo agente. A juíza Tula Corrêa de Mello presidiu o III Tribunal do Júri e determinou não apenas a pena, mas também a perda do cargo do policial militar.
Segundo a magistrada, o policial exerceu um controle abusivo sobre a vítima, ultrapassando os limites do feminicídio. O acusado chegou a pisar na vítima, mostrando sua força e poder sobre ela enquanto era mantida refém. A vítima foi submetida a horas de terror dentro do veículo, com uma arma empunhada contra si a todo momento, até ser baleada. O policial, na época com 39 anos e lotado no 37º BPM, demonstrava ciúmes doentios e tentava controlar a vida da mulher, chegando ao extremo de instalar câmeras em seu consultório odontológico e fiscalizar sua agenda de atendimentos.
O crime chocou a população e repercutiu fortemente na mídia. A vítima, uma jovem de 31 anos, deixou um filho de cinco anos e uma vida inteira pela frente. Durante o sequestro, que durou duas horas e meia, a vítima foi baleada na boca pelo próprio namorado. Mesmo com a intervenção da polícia, a dentista não resistiu aos ferimentos e faleceu. O policial foi imediatamente imobilizado e levado para a delegacia, onde foi autuado por homicídio duplamente qualificado, sequestro e cárcere privado.
A triste história de Mayara chama a atenção para a violência contra a mulher e a necessidade de combater o feminicídio. Mesmo diante de casos tão impactantes como esse, a justiça precisa ser feita e os culpados responsabilizados. A sociedade clama por justiça e por medidas que garantam a segurança e a proteção das mulheres. É preciso romper com padrões machistas e garantir que vítimas como Mayara não tenham suas vidas ceifadas de forma tão brutal e injusta.
A condenação do policial militar é um passo importante nesse sentido, mas ainda há um longo caminho a percorrer. É fundamental que casos como o de Mayara não se repitam e que as leis de proteção às mulheres sejam efetivamente aplicadas. A luta contra o feminicídio e a violência de gênero é responsabilidade de todos nós, e é preciso unir esforços para garantir um futuro mais seguro e justo para todas as mulheres. Que a memória de Mayara e de tantas outras vítimas sirvam de alerta e de inspiração para a construção de uma sociedade mais igualitária e livre de violência.