Policial Militar é afastado após morte de vendedor ambulante em SP: investigações em andamento

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O policial militar que atirou e matou o vendedor ambulante Ngange Mbaye, de 34 anos, foi afastado das atividades operacionais. O senegalês morreu após ser baleado por um policial militar na Avenida Rangel Pestana, no Brás, região central da cidade de São Paulo. Ngange Mbaye foi abordado por policiais militares durante uma operação para apreensão de mercadorias irregulares. No momento da abordagem, o vendedor tentou agredir os policiais com uma barra de ferro, o que resultou em disparos de arma de fogo que o atingiram.

Apesar de ter sido socorrido e encaminhado ao Hospital da Santa Casa de Misericórdia, Ngange não resistiu aos ferimentos e faleceu. Tanto a barra de ferro utilizada na tentativa de agressão quanto a arma do policial foram apreendidas pela polícia. O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio no 8º Distrito Policial e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante emitiu uma nota expressando solidariedade à família de Ngange e à comunidade senegalesa. O comunicado destaca a necessidade de uma investigação transparente e imparcial sobre o caso, com a responsabilização dos envolvidos. A organização ressalta a importância de adotar medidas concretas para evitar tragédias semelhantes no futuro, em um contexto de violência institucionalizada que impacta de forma desproporcional as populações negras, periféricas e migrantes.

A morte de Ngange Mbaye levanta questões sobre a violência policial e a relação entre agentes de segurança pública e minorias étnicas e raciais. Situações como essa evidenciam a urgência de combater o racismo estrutural e a discriminação presentes na sociedade brasileira, especialmente em contextos de abordagem policial. A comunidade negra, migrante e periférica continua enfrentando desafios diários relacionados ao preconceito, à exclusão e à precarização de suas condições de trabalho e sobrevivência.

É fundamental que a investigação sobre a morte de Ngange Mbaye seja conduzida com transparência e agilidade, garantindo a justiça e a segurança das comunidades afetadas. A solidariedade e o apoio às famílias e comunidades que sofrem as consequências da violência policial são essenciais para promover a igualdade e a dignidade para todos os cidadãos, independentemente de sua origem étnica, racial ou nacionalidade. As organizações da sociedade civil e os órgãos públicos devem trabalhar em conjunto para prevenir novas tragédias e promover a justiça social e os direitos humanos para todos.

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