Policial militar é condenado a mais de 12 anos de prisão por matar entregador em briga em Goiás, com indenização de R$ 150 mil

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Policial militar é condenado a mais de 12 anos de prisão por matar entregador em Goiás

Ele deverá pagar indenização aos herdeiros da vítima no valor de R$ 150 mil por reparação de danos morais. Cabe recurso da decisão.

Homem é morto ao levar tiro durante briga em Goiás

O policial militar Roberval Crecêncio de Jesus foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão por matar o entregador Lucas Marcelino Botelho, após uma briga em Itumbiara, sul do estado. Um vídeo registrou o crime, há um ano (veja acima). Cabe recurso da decisão.

O DE não conseguiu localizar a defesa do policial militar até a última atualização desta reportagem.

O julgamento aconteceu na segunda-feira (14). Julgado por júri popular, presidido pelo juiz Vinícius de Castro Borges, ele também foi condenado a pagar indenização aos herdeiros da vítima, no valor de R$ 150 mil por reparação de danos morais.

Para definir a pena, o magistrado apontou o dever de agir com cautela, prudência e respeito à integridade física de terceiros por parte de um policial. Borges considerou a confissão do réu.

“Entendo que o réu, com 37 anos de atuação na Polícia Militar, detinha plena consciência dos riscos envolvidos no manuseio de arma de fogo, especialmente em ambiente de conflito, tornando o resultado previsível e evitável”, destacou o juiz.

‘PERDA IRREPARÁVEL’

Amélia Marcelino, mãe de Lucas, é de uma família de militares, disse que já esperava por essa pena e que o processo transcorreu de forma legal. Para ela, “a Justiça existe para ser feita a qualquer cidadão”.

> “Minha perda foi irreparável. Meu filho era trabalhador desde seus sete anos de vida, ele sempre foi meu maior apoio emocional e eu sentia muito orgulho do homem que ele se tornou. Nunca matou. Nunca roubou. Sempre trabalhou. Era amoroso. Cuidadoso. Um filho maravilhoso. Um pai sem defeito para o filho dele”, ressaltou a mãe.

O crime ocorreu em março de 2024, quando o policial militar estava na Praça do Professor, em frente a uma distribuidora. Segundo a polícia, mesmo fora do horário de trabalho, ele abordou um adolescente que conduzia uma motocicleta fazendo acrobacias, informando-lhe que chamaria o guincho para apreender o veículo.

De acordo com o Ministério Público, ao perceber a confusão entre Roberval e o adolescente, a vítima resolveu retirar sua motocicleta das proximidades do local. Quando Lucas se aproximou, o policial puxou a moto, enquanto o rapaz, por sua vez, tentou empurrá-la, mesmo desligada, momento em que a moto caiu ao chão.

Isso desencadeou uma discussão e agressões físicas entre os dois. Após ser atingido por um soco, Roberval matou Lucas com um tiro.

À época, o policial militar ficou detido na Corregedoria da Polícia Militar de Goiás. A reportagem questionou se ele continuava detido, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto.

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