Policial penal e psicóloga são suspeitas de facilitar entrada e traficar drogas dentro de prisão em Guaíba
Organização criminosa operava de dentro da prisão. Investigação indica que celulares, cocaína e maconha ingressavam na penitenciária com a ajuda das agentes públicas. Chefe do esquema movimentou mais de R$ 1 milhão enquanto estava presa.
Uma policial e uma psicóloga da Polícia Penal do Rio Grande do Sul são alvos de uma operação do Ministério Público (MP) nesta segunda-feira (3) que investiga o envolvimento delas em um esquema de facilitação da entrada e tráfico de drogas na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
O caso começou a ser investigado em 2024. Houve a descoberta de que uma organização criminosa “promovia a entrada de celulares, drogas como cocaína e maconha, e outros itens proibidos, mediante corrupção de servidoras públicas”. O esquema era chefiado de dentro da própria prisão por uma detenta que movimentou mais de R$ 1 milhão de dentro da penitenciária com os crimes.
“Os pagamentos eram realizados em dinheiro, via PIX, para contas de terceiros, e por meio de benefícios indiretos, entre eles, consertos de veículos, pagamento de franquia de escola de idiomas de uma das agentes públicas e serviços pessoais”, divulgou o MP.
A investigação indica que, para ocultar o dinheiro obtido ilegalmente, a organização criminosa usava familiares e pessoas de confiança: movimentava dinheiro em contas bancárias e fazia depósitos sem identificação, além de adquirir bens de alto valor, como veículos e motocicletas, e manter empresas de fachada.
A policial penal está afastada do trabalho desde 2024. O DE e a RBS TV questionaram a Polícia Penal a respeito da situação da psicóloga, mas não obtiveram retorno até a publicação desta reportagem. As duas suspeitas respondem pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa e passiva, prevaricação, favorecimento real, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Na ação desta segunda, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada e São Leopoldo. O presídio feminino em Guaíba foi revistado.




