Policial penal: “flagramos 729 tentativas de entrada de drogas em presídios neste ano em Goiás”

Após a repercussão do caso do suposto laboratório de refino de drogas que teria sido encontrado dentro das instalações da Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, o superintendente de segurança penitenciária de Goiás, Jonathan Marques, deu entrevista ao Diário do Estado para fornecer mais detalhes sobre o caso.

Não foi encontrado um laboratório de refino de drogas no presídio, como tem sido noticiado”, ele conta. “Nunca foi encontrado no estado de Goiás um laboratório de refino de drogas dentro do presídio, no meu conhecimento. O que foram encontrados são produtos entorpecentes, principalmente crack e cocaína“, detalha.

O superintendente, que também é policial penal, conta como foi a abordagem dos dois suspeitos, após informação interceptada pela inteligência da GRAER e da administração da penitenciária: “Durante a revista nós achamos enterrado, no pátio 2 da enfermaria, um saco grande transparente, desses de supermercado, e dentro dele havia vários sacos pequenos com porções de droga, em torno de 300… 400 gramas cada um, totalizando 5.930 gramas de uma porção branca, que a gente acha que seja a cocaína ou a pasta base“.

O agente não confirma a natureza da substância, porque, segundo ele, a droga apreendida ainda tem que seguir para a perícia da Polícia Técnico Científica. Quanto aos dois presos, foram encaminhados para a Polícia Civil junto com as drogas apreendidas. “Eles já estavam lá condenados por tráfico de drogas”, comenta Jonathan.

A tentativa de levar substâncias ilícitas para dentro de presídios não é nenhuma novidade para as forças de segurança pública. “De janeiro até agora, fizemos 729 apreensões de tentativas de entrada de droga dentro do presídio, das formas mais inusitadas que você pode pensar: através de drone, através de pipa e até arremessando com estilingue“, lembrou.

O policial ainda deu destaque ao trabalho da polícia penal goiana no combate ao tráfico de drogas. “Nos últimos 60 dias, nós pegamos quase 17 quilos de droga tentando passar da parte externa para a interna do presídio”, alega. Com a ação dos grupamentos táticos, “só esse ano já foram mais de 1.600 operações feitas nas 201 unidades que nós temos no estado de Goiás”.

Veja a entrevista completa:

 

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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