Após a repercussão do caso do suposto laboratório de refino de drogas que teria sido encontrado dentro das instalações da Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, o superintendente de segurança penitenciária de Goiás, Jonathan Marques, deu entrevista ao Diário do Estado para fornecer mais detalhes sobre o caso.
“Não foi encontrado um laboratório de refino de drogas no presídio, como tem sido noticiado”, ele conta. “Nunca foi encontrado no estado de Goiás um laboratório de refino de drogas dentro do presídio, no meu conhecimento. O que foram encontrados são produtos entorpecentes, principalmente crack e cocaína“, detalha.
O superintendente, que também é policial penal, conta como foi a abordagem dos dois suspeitos, após informação interceptada pela inteligência da GRAER e da administração da penitenciária: “Durante a revista nós achamos enterrado, no pátio 2 da enfermaria, um saco grande transparente, desses de supermercado, e dentro dele havia vários sacos pequenos com porções de droga, em torno de 300… 400 gramas cada um, totalizando 5.930 gramas de uma porção branca, que a gente acha que seja a cocaína ou a pasta base“.
O agente não confirma a natureza da substância, porque, segundo ele, a droga apreendida ainda tem que seguir para a perícia da Polícia Técnico Científica. Quanto aos dois presos, foram encaminhados para a Polícia Civil junto com as drogas apreendidas. “Eles já estavam lá condenados por tráfico de drogas”, comenta Jonathan.
A tentativa de levar substâncias ilícitas para dentro de presídios não é nenhuma novidade para as forças de segurança pública. “De janeiro até agora, fizemos 729 apreensões de tentativas de entrada de droga dentro do presídio, das formas mais inusitadas que você pode pensar: através de drone, através de pipa e até arremessando com estilingue“, lembrou.
O policial ainda deu destaque ao trabalho da polícia penal goiana no combate ao tráfico de drogas. “Nos últimos 60 dias, nós pegamos quase 17 quilos de droga tentando passar da parte externa para a interna do presídio”, alega. Com a ação dos grupamentos táticos, “só esse ano já foram mais de 1.600 operações feitas nas 201 unidades que nós temos no estado de Goiás”.
Veja a entrevista completa: