Quanto ganha o policial preso em ação contra fintechs ligadas ao PCC
Cyllas Salerno é o policial civil que foi preso nesta manhã durante a Operação
Hydra, iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbah
São Paulo — Cyllas Salerno Elia Júnior, o policial civil que foi preso na manhã
desta terça-feira (25/2) durante a Operação Hydra, que mira na atuação das
fintechs 2Go Bank e Invbank e foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach, era registrado como Agente Policial de 2ª Classe. De acordo com o Portal da
Transparência, atualizado em janeiro de 2025, Cyllas recebe, mensalmente, R$ 8.194,28.
Cyllas Elia foi citado na delação premiada de Vinícius Gritzbach ao MPSP e como fundador e CEO da fintech 2GO Bank, já havia sido preso por suspeita
de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Cyllas Salerno foi detido em 26 de novembro do ano passado durante operação da
Polícia Federal, batizada de Operação Tai-Pan, contra crimes financeiros que
movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos e foi solto em janeiro de 2025 após uma decisão da Justiça Federal. Na ocasião, o policial ficou afastado das
funções enquanto respondia a um procedimento na Corregedoria da Polícia Civil.
Ele, que é fundador e CEO da fintech 2GO Bank, já havia sido preso por suspeita
de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O policial atuou no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e
foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, em 31 de outubro, oito dias antes de ser morto a tiros ao desembarcar no
Aeroporto de Guarulhos. De acordo com Gritzbach, Cyllas seria sócio de Anselmo
Santa Fausta, o Cara Preta, e de Rafael Maeda Pires, o Japa, no 2Go Bank. Ambos
são apontados como importantes lideranças do PCC.
Em resumo, duas empresas ofereciam serviços financeiros de forma alternativa às
instituições bancárias tradicionais, movimentando valores ilícitos. Elas
constituíram engenharia financeira complexa para velar os reais beneficiários.
Nesta terça, a PF e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), do MPSP, cumpriram um mandado de prisão preventiva e dez mandados de
busca e apreensão em endereços nas cidades de São Paulo, Santo André e São
Bernardo.