Policial que acusou coronel de assédio pede exoneração

A soldada da Polícia Militar, Jéssica Paulo do Nascimento, pediu exoneração da corporação após ter denunciado seu comandante de assédio e ameaça de esturpo e morte. Jessíca afirma que teme pela própria vida e pela vida de seus familiares.

Segundo Jéssica, apesar da gravidade das denúncas, a PM não foi capaz de garantir a segurança dela e da família. “Eles prometeram cuidar de mim, garantir que eu e minha família não corrêssemos riscos. Mas o máximo que fizeram foi me transferir para a Segunda Companhia do 45º Batalhão, em Praia Grande. E, apesar de terem me garantido que me colocariam para trabalhar na parte administrativa, me puseram para trabalhar nas ruas, para fazer o policiamento nas ruas”, afirmou.

A vítima ainda afirma que, desde que se apresentou na nova Companhia, sentiu hostilidade por parte de seus colegas e superiores e passou a receber advertências por motivos banais, entre eles, por ter dado um entrevista em sua própria residência e não ter batido continência em um dia que compareceu ao batalhão fora do horário de trabalho.

Jéssica teve sua arma apreendida poucos dias depois da denúncia.”Eu tinha medo de voltar às ruas sem proteção, estava tomando remédios pesados, tarja preta”, disse. Desarmada, já sem conseguir dormir à noite e uns quilos mais magra, Jéssica conversou com o advogado e pediu a exoneração.

Por meio de nota, a PM respondeu que o pedido de exoneração é de autonomia exclusiva da policial e que a investigação da denúncia é conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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