O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou um plano de paz de 21 pontos para o Oriente Médio e Gaza durante uma reunião com líderes de vários países de maioria muçulmana, na quarta-feira (24), segundo o enviado especial do país, Steve Witkoff. Nos últimos dias, o republicano tem falado sobre a perspectiva de um cessar-fogo. A reação do seu plano em Israel tem sido mista. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de ultradireita, pediu ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que rejeitasse o plano. “Sr. primeiro-ministro, o senhor não tem mandato para encerrar a guerra sem a derrota completa do Hamas”, escreveu ele no X ontem. Ben Gvir e o ministro de ultradireita Bezalel Smotrich se opuseram consistentemente a acordos de reféns e cessar-fogo durante toda a guerra de Gaza, pressionando, em vez disso, por uma pressão militar contínua e intensificada e pela ocupação total do território. Os dois ameaçaram derrubar o governo de Netanyahu se a guerra terminar. Outros parlamentares se manifestaram abertamente: o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, expressou apoio ao primeiro-ministro e aos planos para o fim da guerra, afirmando no X que confia no líder israelense “para representar os interesses de Israel”. Os parceiros ultraortodoxos da coalizão de Netanyahu, como o presidente do Degel HaTorah, o parlamentar Moshe Gafni, também se manifestaram em apoio a um acordo de reféns que resulte em um cessar-fogo. E o líder da oposição israelense, Yair Lapid — que afirmou repetidamente que concederia uma “rede de segurança” ao primeiro-ministro em favor de um acordo de reféns que impediria o colapso do governo — falou que desconsideraria os comentários dos ministros de ultradireita, escrevendo no X: “Não há motivo para se alarmar com as ameaças vazias de Ben Gvir e Smotrich”.