Por ano, Goiânia tem média de cinco corpos sepultados sem identificação 

CORPOS

A média de pessoas mortas “não reclamadas” chega a cinco por ano somente em Goiânia. Todos os 20 corpos enterrados desde 2019 tiveram causas naturais comprovadas pelo  Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da capital. Essa modalidade ocorre somente após diversas tentativas frustradas de encontrar parentes. 

 

A minoria de óbitos nessa situação é de pessoas em situação de rua. A faixa etária vai de fetos a adultos. Os corpos são sepultados no cemitério municipal após um mês de negativas. A certidão de óbito em cartório é emitida logo em seguida a esse prazo. O processo fica em um prontuário para o caso de algum familiar solicitar os dados exatos do local.

 

O serviço social faz a busca ativa através de ligações para telefones apresentados em casos de internação ou no registro do Cadastro Nacional de Dados do Sistema Único de Saúde (CADSUS). Além disso, os profissionais fazem visitas nos locais onde o falecido residia para coletar informações junto a vizinhos como a existência de familiares. Em caso negativo, os servidores recorrem ao banco estadual. 

 

Se não forem encontrados familiares, em nenhuma das alternativas apresentadas e nenhum amigo ou vizinho tenha interesse em fazer o sepultamento, o trâmite pela via municipal é autorizado mediante duas testemunhas. No caso de enterro de pessoas sem identificação, o mistério pode ser revelado com os dados coletados antes do sepultamento por meio de características genéticas, físicas e pertences pessoais. 

 

Os corpos encaminhados ao SVO se enquadram em apenas dez casos: 

 

-pacientes com suspeita de doenças de investigação epidemiológica (ex. suspeitas de dengue, febre amarela, meningites, H1N1, hantavirose, leptospirose etc);

-pacientes previamente saudáveis;

-óbitos inesperados em pacientes com diagnóstico clínico e tratamento corretos;

-pacientes internados que vão a óbito sem diagnóstico firmado, independente do tempo de internação;

-pacientes em protocolo de tratamento experimental;

-mulheres no ciclo gravídico puerperal;

-recém-nascidos e/ou fetos mortos com mais de 20 semanas ou 500g ou maior que 25 cm, sem causa esclarecida;

-crianças e adolescentes sem causa esclarecida;

-óbitos inesperados no transoperatório, pós-operatório imediato ou tardio;

-choque anafilático

 

De acordo com a instituição, os cadáveres encaminhados ao local possuem identificação. Os cadáveres não identificados são de responsabilidade do Instituto Médico Legal (IML). O Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid) tem informações dos corpos enterrados como não reclamados e ajudam parentes a encontrar familiares em todo o País. Em Goiás, o programa sistematiza e cruza informações provenientes de diversos órgãos sob coordenação do Ministério Público estadual. 

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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